quarta-feira, 16 de março de 2011
A vida pelo visor
FLAVIO COLKER March 14 at 10:04pm
Claudio,
Olhei rápido as fotos. São incríveis. Eu queria fazer uma matéria falando do impulso de fotografar. Você desenhava e a fotografia apareceu na sua vida...e aplacou uma angustia não foi? Ou criou outras? Você fotografava por necessidade, por impulso. Isso me interessa. A fotografia como um vicio, droga
Outra pergunta: A imagem aparece pronta para você. Você sabe aonde quer chegar. Sempre soube desde que fez a primeira foto. E isso não tem nada a ver com uma carreira profissional. Eram as imagens, simplesmente.
De onde você tirou sua influencias? Com quem suas imagens conversam?
Você fotografa personagens. É como um teatro, não?
Você de repente parou de fotografar, assim como começou. O que aconteceu? Se você fosse profissional, fotografo de moda...você se viu um dia como um fotografo profissional?
CLAUDIO BUENO March 15 at 1:17pm Report
Flavio,
A fotografia era um desenho mais rápido, sem tanta frustração, pois as linhas e a perspectiva já existiam. O processo, porém, é mesmo. Não tem diferença do enquadramento da Mona Lisa ou de um portrait da minha prima.
Sim, a fotografia virou um vício, uma droga. Quem foi que disse que vício artístico a gente chama de cultura?!?
Minhas influencias surgiram do contato contigo, Flavio. Eu não estava brincando quando disse que você não só me emprestou a tua Nikon, mas também me ensinou a entender uma imagem. Talvez o que você tenha me ensinado mesmo, é que não tem nada que se entender.
Minhas imagens são feitas para agradar o modelo. Acho que por isso nunca quis virar profissional. Editores de arte e clientes só iriam atrapalhar o meio de campo. Minha fotografia é dedicada aos amigos que gostavam de ser fotografados. Me lembro que na escola, fiz muitos contatos, desenhando para as pessoas. Acho que com a fotografia não foi diferente. Todos queremos ser amados.
Comecei fotografando personagens. Eu precisava daquela produção toda, para conseguir quebrar a barreira e obter bons resultados. Hoje em dia, posso fotografar sem necessidade do carnaval todo. Acho que minha fotografia cresceu comigo.
A vida é um teatro, ou não? Tudo que fotografamos é um mis en scene. Ultimamente tenho feito muitos Still Life, e depois de fotografado, até uma laranja é parte de um contexto teatral.
Eu nunca parei de fotografar. Tenho foto dos 70, 80, 90, 2000. Foi difícil dar continuidade quando saí da minha cidade natal e vim morar num país estranho aonde eu não conhecia ninguém. Mas mesmo assim, com o tempo, retratei as novas amizades.
A única diferença entre profissional e não profissional é a grana. Uma imagem boa é uma imagem boa. Numa revista ou no fundo da minha gaveta. Acho que o que eu não queria, era ser forcado a retratar aquilo que não me interessava. Mas fotografo eu sou, sim. Vejo a vida pelo visor.
Espero que eu tenha feito sentido nas respostas às tuas perguntas, se não, a gente repete. Obrigado por estar fazendo isso, acho o máximo!
Beijos
Teu
Claudio
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adorei Claudio pelas respostas e Flavio pela bela ideia deste blog. bj Sula
ResponderExcluirEssa pbs estão um sonho!
ResponderExcluiro blog está lindo!
Beijão
Carla Einloft