tag:blogger.com,1999:blog-86648093644152827612024-03-13T20:45:58.955-07:001/125avos de segundo1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.comBlogger23125tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-28329523703450938022014-06-25T19:02:00.000-07:002014-06-25T19:02:07.296-07:00Wim Wenders, To Shoot PicturesTo shoot pictures.<br />
Taking pictures is an act in time,<br />
in which something is snapped out of its own time<br />
and transferred into a different kind of duration.<br />
It is commonly assumed<br />
that whatever is captured in this act<br />
lies IN FRONT OF the camera.<br />
But that is not true.<br />
Taking pictures is an act in two directions:<br />
Forwards<br />
AND backwards.<br />
Yes, taking pictures also "backfires".<br />
This isn't even too lame a comparison.<br />
Just as the hunter lifts his rifle,<br />
aims at the deer in front of him,<br />
pulls the trigger,<br />
and, when the bullet departs from the muzzle,<br />
is thrown backwards by the recoil,<br />
the photographer, likewise, is thrown backwards,<br />
onto himself,<br />
when releasing the shutter.<br />
A photograph is always a double image,<br />
showing, at first glance, its subject,<br />
but at a second glance - more or less visible,<br />
"hidden behind it", so to speak,<br />
the "reverse angle":<br />
the picture of the photographer<br />
in action.<br />
<br />
Just as the hunter is not struck by the bullet, though,<br />
but only feels the recoil of the explosion,<br />
this counter-image contained in every photograph<br />
is not actually captured by the lens, either.<br />
(Yet it remains somehow inextricably in the picture,<br />
as an invisible impression of the photographer<br />
that even gets developed within the dark room chemistry…)<br />
<br />
What then is the recoil of the photographer?<br />
How do you feel its impact?<br />
How does it affect the subject<br />
and which trace of it appears on the photograph?<br />
In German, there is a most revealing word<br />
for this phenomenon,<br />
a word known from a variety of contexts:<br />
"EINSTELLUNG".<br />
It means the attitude<br />
in which someone approaches something,<br />
psychologically or ethically,<br />
i.e. the way of attuning yourself<br />
and then "taking it in".<br />
But "Einstellung" is also a term from photography and film<br />
signifying both the "take" (a particular shot and its framing),<br />
as well as how the camera is adjusted<br />
in terms of the aperture and exposure<br />
by which the cameraman "takes" the picture. (…)<br />
<br />
Wim Wenders<br />
To Shoot Pictures1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-41210176170696962822011-05-03T12:03:00.000-07:002011-05-03T12:04:03.985-07:00Sempre aos Domingos: Ana em Abril<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-juZBWDtfSjg/TcBQugJdlFI/AAAAAAAAAIw/ELuMba85GS8/s1600/anainapril3web_FINAL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="272" src="http://2.bp.blogspot.com/-juZBWDtfSjg/TcBQugJdlFI/AAAAAAAAAIw/ELuMba85GS8/s400/anainapril3web_FINAL.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Iqb6iI4NBa4/TcBQuEVViWI/AAAAAAAAAIs/NyWRccDZxuc/s1600/anabalaovermelhowebFINAL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-Iqb6iI4NBa4/TcBQuEVViWI/AAAAAAAAAIs/NyWRccDZxuc/s400/anabalaovermelhowebFINAL.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-T6-AfMxLJMk/TcBQxfs7hOI/AAAAAAAAAI4/qq5eg6ai4y0/s1600/anainapril11webFINAL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-T6-AfMxLJMk/TcBQxfs7hOI/AAAAAAAAAI4/qq5eg6ai4y0/s400/anainapril11webFINAL.jpg" width="400" /></a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-iwcPfasvV5w/TcBQu-y861I/AAAAAAAAAI0/VhPwns-Per0/s1600/anainapril4web_FINAL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-iwcPfasvV5w/TcBQu-y861I/AAAAAAAAAI0/VhPwns-Per0/s400/anainapril4web_FINAL.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Fotos Flavio Colker</i></td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Iqb6iI4NBa4/TcBQuEVViWI/AAAAAAAAAIs/NyWRccDZxuc/s1600/anabalaovermelhowebFINAL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-T6-AfMxLJMk/TcBQxfs7hOI/AAAAAAAAAI4/qq5eg6ai4y0/s1600/anainapril11webFINAL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a></div>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-56919816278534552522011-05-03T08:40:00.000-07:002011-05-03T08:46:37.964-07:00Happy Birthday, Mister Colker<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-49jgvdtqwfo/TcAjTUdiXyI/AAAAAAAAAIo/IBnOdNR-DRI/s1600/FlavioColker.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-49jgvdtqwfo/TcAjTUdiXyI/AAAAAAAAAIo/IBnOdNR-DRI/s400/FlavioColker.jpg" width="265" /></a></div><i>Por Cassiano Viana</i><br />
<br />
A primeira vez que ouvi falar de Flavio Colker foi na década de 80, consumidor voraz que eu era de toda e qualquer informação disponível nas capas de discos e créditos de revistas. Depois, já nos tempos da faculdade, um grande amigo, a quem sempre deverei grande parcela da minha capacidade de discernimento e apreço pela arte, confirmou: “Sim, Flavio Colker é um grande fotógrafo. Um dos melhores”.Coisas da internet e nada que o tempo não resolva: eu devia a mim mesmo esse texto/entrevista elaborado a partir de algumas mensagens trocadas aqui no Facebook.<br />
<br />
<b>Quando e como você começou a fotografar?</b><br />
Com 12 anos. Eu gostava de máquinas, era obcecado com relógios. Mudei a tara para máquinas fotográficas. Continuo tarado por máquinas, bicicletas, carros. Agora, porque eu continuei fotografando, sinceramente não sei.<br />
<br />
<b>Mas 12 anos não é muito cedo para fotografar? Geralmente a fotografia é algo que ocorre depois (creio).</b><br />
Eu não jogava futebol. A partir daí, o sujeito é anormal. As fotos que eu faço agora são parecidas com o que eu fazia aos 12 anos. Não cresci.<br />
<br />
<b>Eu também não jogava futebol. Mas aos 12 fui para a música, tive banda de rock. As fotos que você tirou do rock nacional nos anos 80, início dos 90, são históricas.</b><br />
Obrigado.<br />
<br />
<b>Fotografia é memória?</b><br />
É uma espécie de dramaturgia.<br />
<br />
<b>Dramaturgia da memória?</b><br />
Não, só memória. A matéria da fotografia é uma cena. Ou a cena é dada pelo acaso ou você a faz acontecer, como na foto de moda. Mas o acaso é a maior potência na fotografia. A fotografia tem o dedo surrealista, a impressão digital.<br />
<br />
<b>Mesmo o registro familiar?</b><br />
Toda fotografia. O acaso é a maior força criativa dentro do tempo. Fotografar bem é observar o acaso. Os aparatos formais da fotografia são pouco importantes.<br />
<br />
<b>Onde entra a técnica?</b><br />
No controle das texturas, no observar a luz. A câmera faz quase todo o processo. Não é como tocar guitarra, esculpir ou pintar. Quando existia laboratório, o processo era mais físico, o filme bem revelado tinha punch. Difícil é se movimentar bem. Cartier Bresson se movimentava rápido. Mas o importante é reconhecer a cena, fazer um conjunto de cenas, construí-las, sugerir uma narrativa.<br />
<br />
<b>Aquela capa pro Caetano [Caetano, de 1987] é um puta exemplo disso.</b><br />
Eu reproduzi um desenho do Luiz Zerbini. A idéia é dele. Calhou de eu estar fotografando com aquelas perspectivas, as cores, o assunto sem foco. Eu tinha visto alguns planos num filme do Leo Carax, fotos do Anton Corbjin, do Mauricio Valadares e a partir daí fui reencontrar a lente normal e o 35mm. O Zerbini apareceu com o desenho para a capa e era muito natural, casava com o que eu fazia. Olha como o acaso é importante. Fiz uma serie de fotos assim para moda.<br />
<br />
<b>Qual a razão da fotografia?</b><br />
Eu até hoje fotografo para deixar tudo mais leve. A fotografia é do Afetivo. O Barthes fala isso e os fotógrafos que mais me marcaram tinham isso: a motivação era a atração. A luz do sol é potencia maior do que o estúdio. O acaso maior do que o projeto. Eu dou aula e os fotógrafos com formação profissional perderam o contato com o mais interessante do ato de fotografar. Ficaram estetas, quando na fotografia é o assunto que interessa.<br />
<br />
<b>Como a literatura, a música, o cinema, entraram (e entram) no teu trabalho?</b><br />
Através do retrato. As palavras e as imagens são mundos a parte. Os músicos, bem, eu tinha informação, consciência de que os anos 80 eram o tempo para o simulacionismo. Desde Stray Cats a Cindy Sherman e chegando no Vik Muniz. Simulação ainda é muito forte. Entendia o glamour dos anos 30, 40, o pré-moderno, assim como podia dar a volta nas cores oficiais da Kodak. Eu tinha técnica, adotava vários estilos e era rápido. E as sessões de retrato eram rápidas. Os primeiros músicos eu conhecia, os outros vieram depois. Minha vontade era o cinema. Daí, comecei a dirigir clips. Tinha sido assistente de direção e conhecia o set, sabia cumprir um plano de filmagem. Cheguei a fazer um filme de media metragem que deu muito certo (Metal Guru). Mas, voltando a tua pergunta, foi a literatura que me deu a possibilidade de entender o simulacionismo. Eu era fã de Raymond Chandler, de Los Angeles dos anos 30. O cyber punk. Eu pude entender o zeitgeist graças à literatura. Li muito quando era pré-adolescente. Hoje eu preciso escrever.<br />
<br />
<b>Qual o impacto da fotografia digital na tua motivação? </b><br />
A fotografia digital me dá um enorme prazer. Torna tudo mais leve. As cores são muito mais fiéis ao que eu imagino e vejo. E a impressão em jato de tinta é muito bonita.<br />
<br />
<b>E a lomografia?</b><br />
Lomo é superficial. Eu entendo o sujeito que é apaixonado por filme, Leica, Lomo, mas a fotografia está na cena e não na maquina, ou no fotografo. A máquina retarda a cena.<br />
<b><br />
Eu acho que o lance da lomo é uma tentativa afetuosa de resgatar o romantismo, a experiência do laboratório, da química. De repente é uma necessidade de driblar o virtual, o digital.</b><br />
Se dá prazer para o sujeito, ok, mas Lomo é efeito. Tem um puta fotografo de moda, o Terry Richardson, que usa uma Yashica, dessas que você compra na farmácia. Ele diz que é porque sempre sai em foco. Mais afetuoso porque é low tech? Acho que não. É nostálgico. Há um afeto pelas maquinas antigas, tudo bem, mas na hora de fazer arte essas coisas não são postas na mesa.<br />
<br />
<b>Você disse que hoje precisa escrever. Escrever sobre fotografia?</b><br />
Pra começar.<br />
<br />
<b>E depois? </b><br />
Depois não sei. Vou fazer o que puder fazer direito. Já escrevi roteiros de cinema. O Facebook é uma escrita. Vai ser por aí. Uma costura de impressões, relacionamentos.<br />
<br />
<b>Eu acho a internet uma puta vitória da palavra.</b><br />
Concordo inteiramente. No principio era o verbo e no fim também.<br />
<br />
<i>Rio de Janeiro, novembro de 2010.</i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-pIsyFCwwcR0/TcAiVc3wjMI/AAAAAAAAAIU/Ojnv7o5Qfqk/s1600/Flavio+Colker_Caetano.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="261" src="http://3.bp.blogspot.com/-pIsyFCwwcR0/TcAiVc3wjMI/AAAAAAAAAIU/Ojnv7o5Qfqk/s400/Flavio+Colker_Caetano.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-3NWjHbUIlVI/TcAiV-Ws7WI/AAAAAAAAAIY/XWkmVs0xhX8/s1600/Flavio+Colker_Cazuza.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-3NWjHbUIlVI/TcAiV-Ws7WI/AAAAAAAAAIY/XWkmVs0xhX8/s400/Flavio+Colker_Cazuza.jpg" width="347" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/--gm5aP8k3zA/TcAiWLeE0CI/AAAAAAAAAIc/OLsHyiqnHD8/s1600/Flavio+Colker_FaustoF.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/--gm5aP8k3zA/TcAiWLeE0CI/AAAAAAAAAIc/OLsHyiqnHD8/s400/Flavio+Colker_FaustoF.jpg" width="321" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-AbUw0P2Imu8/TcAiWmQfImI/AAAAAAAAAIg/K9iPPXmAEBE/s1600/Flavio+Colker_FernandaAbreu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-AbUw0P2Imu8/TcAiWmQfImI/AAAAAAAAAIg/K9iPPXmAEBE/s400/Flavio+Colker_FernandaAbreu.jpg" width="333" /></a></div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-QeOMJGNNRkg/TcAiXGb9KLI/AAAAAAAAAIk/IxzQMG06yGk/s1600/Flavio+Colker_Legi%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-QeOMJGNNRkg/TcAiXGb9KLI/AAAAAAAAAIk/IxzQMG06yGk/s400/Flavio+Colker_Legi%25C3%25A3o.jpg" width="332" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Fotos Flavio Colker</i></td></tr>
</tbody></table>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-4919405985117012832011-05-02T05:57:00.000-07:002011-05-03T08:48:27.314-07:00CatParty<i>Por Flavio Colker</i> <br />
<br />
EU AMO O BLOG DA CHELSEA, catparty (http://ilovecatparty.blogspot.com/): Ela e Megan tem uma atitude desafiadora, uma relação visceral com a moda e a imagem que desafia o racionalismo opressor do cotidiano. Elas acreditam na imagem como um Bem, uma virtude a ser cultivada. Essa “necessidade” de fotografia, roupa, teatro, me comove profundamente e há uma tribo internacional de boêmios, artistas, inconformistas para quem a vida só pode ser vivida quando se exercita um “look”. Oscar Wilde dizia que as aparências nunca enganam. Ele, Morrissey, Channel, Moyses Ferreira, Claudio Bueno, America Cupello, Claudinho, Boy George, Marcelo De Gang, Richard, Marcelo MF e muitos outros stars, sabem que a aparência é profunda como os abismos da alma.<br />
<br />
Moda é um business, mas também é uma maneira de vencer a indignidade e a humilhação. Uma maneira de doar algo: o seu look. Doar imagens as ruas para que fiquem mais atraentes e o mundo mais sedutor. Os Fashion bohemians deveriam ser condecorados todos os anos nas prefeituras, em cerimônias importantes, como um reconhecimento por serviços prestados a civilidade de cada cidade.1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-68600713488249304942011-03-31T12:51:00.000-07:002011-03-31T12:51:31.576-07:00Sempre aos domingos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-0pVvaNvmKXE/TZTaqE1VWoI/AAAAAAAAAH4/g18cmZfHVoA/s1600/PiaasJoanJettwebFINAL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-0pVvaNvmKXE/TZTaqE1VWoI/AAAAAAAAAH4/g18cmZfHVoA/s400/PiaasJoanJettwebFINAL.jpg" width="275" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-9ZxcsugJmxk/TZTauoFQoOI/AAAAAAAAAH8/_NToxJnPMPY/s1600/piasaiadouradaweb1FINAL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-9ZxcsugJmxk/TZTauoFQoOI/AAAAAAAAAH8/_NToxJnPMPY/s400/piasaiadouradaweb1FINAL.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-prpRPovMENc/TZTawzuuFVI/AAAAAAAAAIA/YmXBvU_QFUA/s1600/piacurvaswebFINAL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-prpRPovMENc/TZTawzuuFVI/AAAAAAAAAIA/YmXBvU_QFUA/s400/piacurvaswebFINAL.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-q_DdRnogwwk/TZTayacKeWI/AAAAAAAAAIE/oqHQjW__h9Y/s1600/Love1webFINAL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-q_DdRnogwwk/TZTayacKeWI/AAAAAAAAAIE/oqHQjW__h9Y/s400/Love1webFINAL.jpg" width="400" /></a></div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Zk2swe9J9jI/TZTa32TPhXI/AAAAAAAAAII/dZ1nQuAtzH8/s1600/piaparedeheelswebFINAL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-Zk2swe9J9jI/TZTa32TPhXI/AAAAAAAAAII/dZ1nQuAtzH8/s400/piaparedeheelswebFINAL.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Pia LesPaul, por Flavio Colker</i></td></tr>
</tbody></table><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-52726447230938393802011-03-31T12:29:00.000-07:002011-03-31T12:41:35.251-07:00Tha Ballad of Patti Smith<i>por Pia LesPaul, domingo, 13 de fevereiro de 2011 às 23:57</i><br />
<br />
YOU MADE IT<br />
Carrying your own sins<br />
Drawing the line<br />
Fingerprints never fade from the lifes you touch<br />
Purple necklace, lettuce sandwiches, bookstores, New York<br />
Gratefully shouting<br />
Thank you<br />
Thank you very much<br />
<br />
Wearing words in place of wounds<br />
A fierce heart for the next generation<br />
Optimism offered as souvenir for lost souls<br />
What can I give you in return, salvation?<br />
<br />
You knew how to give your life everyday<br />
Proclaiming random verbs of love<br />
At Chelsea<br />
The poet lives on the second floor<br />
Who cares JJ is right above?<br />
<br />
If the night belongs to lovers<br />
Lets ride horses until the dawn<br />
Sculptured<br />
We´re solid bodies of a dream<br />
The art from 1946<br />
´Til forever unknown<br />
<br />
Holding hands with the two R Boys<br />
A bus ride<br />
Moneyless<br />
A sidewalk<br />
The artist´s bed<br />
Keith Richard´s style<br />
Upon your head<br />
The rock, the roll<br />
By you spread<br />
Regards<br />
P.S<br />
Say hi to Fred<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-jfuazXosu6w/TZTYhsuhtcI/AAAAAAAAAH0/AL1WP_ZFIbw/s1600/pattismith1FINAL.jpg" imageanchor="1"><img border="0" height="313" src="http://4.bp.blogspot.com/-jfuazXosu6w/TZTYhsuhtcI/AAAAAAAAAH0/AL1WP_ZFIbw/s400/pattismith1FINAL.jpg" width="400" /></a></div>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-889788274902748722011-03-31T11:03:00.000-07:002011-03-31T12:04:18.833-07:00Fora do calendário<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-_4x7vRyic-0/TZTB7mNjM0I/AAAAAAAAAFs/4B6sjHakQHU/s1600/JuliaValle2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="301" src="http://2.bp.blogspot.com/-_4x7vRyic-0/TZTB7mNjM0I/AAAAAAAAAFs/4B6sjHakQHU/s400/JuliaValle2.jpg" width="400" /></a></div><i>Por Cassiano Viana</i> <br />
<br />
EM 1989, O CINEASTA ALEMÃO WIM WENDERS rodou, a convite do Centro Georges Pompidou, um documentário sobre o estilista japonês Yohji Yamamoto. "The world of fashion. I'm interested in the world, not in fashion! But, maybe I was too quick to put down fashion”, diz Wenders, nos primeiros instantes de Identidade de Nós Mesmos (Notebook on Cities and Clothes).<br />
<br />
E se moda e cinema têm algo em comum, o que dizer da relação entre moda e fotografia? O que dizer do impacto, para a moda, da fotografia de nomes como Richard Avedon, Helmut Newton, Patrick Demarchelier, Mario Testino e Annie Leibovitz? Como negar a importância do mercado editorial e de revistas como Vogue, Elle e Harper’s Bazaar para a moda?<br />
<br />
A fotografia usa a moda ou é o contrário? Teoricamente, o propósito da fotografia na moda seria o mesmo de um catálogo: exibir roupas e vendê-las. Na prática, a fotografia desde sempre foi um veículo de expressão de grandes fotógrafos.<br />
<br />
<a href="http://www.juliavalle.com/"><b>Julia Valle</b></a> tem uma visão bem definida de seu trabalho e da relação entre fotografia e moda: “Eu faço roupa, e ponto final. Não tenho preocupação em fazer parte de um calendário de moda, em montar coleções de verão, inverno, em fazer a roupa que vai ser o hit da estação, às vezes nem tem a preocupação da roupa ser usada. Ela pode não ser usada também e ficar dependurada na parede”. Justamente por isso, Julia pode ser a pessoa indicada para falar, de uma forma não deslumbrada, sobre fotografia e moda.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-gRQqDsd0U-A/TZTCQJD0oJI/AAAAAAAAAFw/tw5Cbhyiofs/s1600/JuliaValle.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-gRQqDsd0U-A/TZTCQJD0oJI/AAAAAAAAAFw/tw5Cbhyiofs/s400/JuliaValle.jpg" width="265" /></a></div><b>O que te levou à moda?</b><br />
Acho que foi o desgosto pela moda. Quando criança era meio contra tudo que estava em voga. Pra mim sempre estava errado o que as pessoas usavam, queria o contrário. A princípio eu achava que era desgosto mesmo pela moda, com o tempo fui descobrindo que era gosto demais. Como sou muito pequena, comecei a costurar minhas roupas, meu pai me ensinou o básico. Depois fui buscando aprender mais, cursos de corte e costura, livros, até que resolvi assumir aquela curiosidade toda e fui estudar estilo. E dai não teve mais volta. <br />
<br />
<b>Teoricamente, o propósito da fotografia na moda seria o mesmo de um catálogo: exibir roupas e vendê-las? (quando, na prática, a fotografia desde sempre foi um veículo de expressão de grandes fotógrafos).</b><br />
<br />
Não acho que o propósito primeiro da fotografia na moda seja esse, mas hoje em dia quase tudo tem esse propósito, de fazer dinheiro. As marcas acabaram comprando a fotografia editorial pra si no intuito de agregar valor aos seus produtos e, no fim, vender mais, ou melhor. É tipo o hotel que compra a obra de um grande artista para colocar no hall de entrada. É como se fosse um aval de que a coisa é boa e vale a pena. <br />
Acho que na essência a fotografia de moda é o que qualquer outra forma de representação artística de um universo ou momento histórico também é, capturar todo um cenário sociológico, cultural, político, etc, e transformar em uma imagem, estática ou não, e ganha valor quando é bela, para aquele tempo, para um tempo futuro, etc.<br />
<br />
<b>É o mercado editorial quem dita a moda? Quais as melhores revistas de moda? O que faz uma boa revista de moda?</b><br />
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Boa para quem?<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-8ctegJAnYc4/TZTPxmdLRpI/AAAAAAAAAHI/yTfjKwxk-t8/s1600/JuliaValle-PatriciaRezende2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-8ctegJAnYc4/TZTPxmdLRpI/AAAAAAAAAHI/yTfjKwxk-t8/s400/JuliaValle-PatriciaRezende2.jpg" width="273" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-DxBrfEtBEtM/TZTPzaF0BgI/AAAAAAAAAHM/dAEjbXg1dgQ/s1600/JuliaValle-PatriciaRezende3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-DxBrfEtBEtM/TZTPzaF0BgI/AAAAAAAAAHM/dAEjbXg1dgQ/s400/JuliaValle-PatriciaRezende3.jpg" width="265" /></a></div><b>Isso já é parte da resposta.</b><br />
<br />
A gente precisa muito da imagem da fotografia de moda para apresentar propostas/ambientação e moods de coleção. Como e porque usar o que foi desenhado, sem essas imagens, ainda que tenhamos desfiles, é bem complicado. O mercado editorial já ajuda muito mais na formação de tendências de uma coleção que efetivamente promove vendas. Temos um bocado de publicações de moda, e talvez seja ate a área que mais conta com publicações tanto aqui quanto fora. Eu adoro as revistas tipo moda moldes e manequim, por exemplo.<br />
<br />
As mais confiáveis são ainda as internacionais licenciadas no Brasil, como Vogue, Elle e L'Officiel. As de moldes são ótimas para o publico que não tem poder aquisitivo pra comprar marcas, mas que detém o conhecimento de corte e costura, então podem reproduzir rapidinho o que estava nas passarelas. Essas pops são confiáveis porque já fizeram uma filtrada boa do que acontece tanto aqui quanto fora, tem o aval das editoras internacionais (que querendo ou não ainda são as grandes ditadoras de moda no mundo). São boas para interessadas no assunto, mas que não querem ter que digerir e processar cada imagem que vêem.<br />
<br />
<b>A fotografia usa a moda ou a moda usa a fotografia?</b><br />
<br />
Tem um preconceito generalizado com a moda. A gente ainda demora um tempo para conseguir fazer a arte têxtil ser reconhecida como arte. E por mais que já existam exposições de indumentárias em museus de historia e artes aplicadas, o numero de fotógrafos de moda que conseguem esse status de artista é ainda muito maior. <br />
A fotografia já tem o reconhecimento há muito mais tempo, até no numero e tempo das academias que oferecem cursos de graduação/mestrado/doutorado na área da fotografia. Por mais que seja já quase secular em alguns países (tipo França), a moda ainda esta bem no começo. Pensa no Brasil, nossa primeira escola de moda não tem muito mais que 20 anos.<br />
Gosto muito da construção da roupa, do tanto de significações que cada peça carrega, de tecido, de modelagem...Acho que é o foco do meu trabalho. Na minha produção autoral eu não falo de moda.<br />
<br />
<b>Por que você diz: “Na minha produção autoral eu não falo de moda”?</b><br />
<br />
A moda está sujeita a todas essas sazonalidades de estilo, estações, tendências, modas, e é isso que define uma roupa como moda. O Roland Barthes tem umas categorizações muito duras, mas que eu acho ótimas. Falar de moda é falar de uma peça de roupa que tem um tempo de duração. Eu faço roupa, e ponto final. Não tenho essas preocupações em fazer parte de um calendário de moda, em montar coleções de verão, inverno, em fazer a roupa que vai ser o hit da estação, às vezes nem tem a preocupação da roupa ser usada. Ela pode não ser usada também e ficar dependurada na parede.<br />
<br />
<b>Mas a fotografia, as revistas de moda não seriam um primeiro clique, quando o guri ou guria pega uma Vogue e pensa: quero fazer isso! </b><br />
<br />
Talvez. Talvez goste de tecido. Talvez goste de USAR roupa. Talvez goste de costura. Talvez goste de COMPRAR roupa. Acho que tem um bocado de razões. Antes de entrar efetivamente no mercado, até mesmo dentro da faculdade, acho que os estudantes brasileiros não têm uma noção tão clara do que é ser profissional de moda. Fazer moda não é só estilo. <br />
<br />
<b>Se você fosse escolher um fotógrafo, de qualquer tempo, para fotografar a teu trabalho, qual seria?</b><br />
Guy Bourdin ou um amigo que eu adoro, o Gustavo Marx.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-LSs2hlwmY6k/TZTQERIdgoI/AAAAAAAAAHQ/6HVdNqz4SFE/s1600/JuliaValle-PatriciaRezende1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="261" src="http://1.bp.blogspot.com/-LSs2hlwmY6k/TZTQERIdgoI/AAAAAAAAAHQ/6HVdNqz4SFE/s400/JuliaValle-PatriciaRezende1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Fotos Patrícia Rezende</i></td></tr>
</tbody></table>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-90541471536996470742011-03-25T06:21:00.000-07:002011-03-25T06:30:38.378-07:00Tables and Rites: fabulação filosófica, gesto teatral, especulação<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-_AB0_gmTFck/TYyXOSiXSlI/AAAAAAAAAFM/EpVAl9Oe-Xg/s1600/America+Cupello_tables+and+rites.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://lh5.googleusercontent.com/-_AB0_gmTFck/TYyXOSiXSlI/AAAAAAAAAFM/EpVAl9Oe-Xg/s400/America+Cupello_tables+and+rites.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Fotos: América Cupello</i></td></tr>
</tbody></table>AMERICA CUPELLO MARCH 24 AT 3:02PM REPORT<br />
<br />
A questão do drama e da cena é essencial em minha fotografia, desde o início. Eu queria ser escritora, mas acabei cursando jornalismo na UFF e foi numa disciplina chamada foto-reportagem que tive contato direto com a fotografia, e pela primeira vez pensei em fotografar. Escolhi um amigo para posar e criei meu primeiro <i>tableau</i>, que envolvia personagem, set, não tinha nada a ver com reportagem, inventei uma cena e fotografei um personagem dentro de uma piscina vazia. Escolhi figurino, maquiagem, o modo diretorial já estava ali, tive a sorte de encontrar um professor visionário e recebi muitos elogios pela ousadia. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh6.googleusercontent.com/-ktcQtK23-qA/TYyXpbhM2II/AAAAAAAAAFY/9OI7ywGTMVw/s1600/America+Cupello_tables+and+rites+%25285%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://lh6.googleusercontent.com/-ktcQtK23-qA/TYyXpbhM2II/AAAAAAAAAFY/9OI7ywGTMVw/s320/America+Cupello_tables+and+rites+%25285%2529.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh6.googleusercontent.com/-80VXPUq7WW4/TYyXtSNsptI/AAAAAAAAAFc/-eTlaG17WnE/s1600/America+Cupello_tables+and+rites+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://lh6.googleusercontent.com/-80VXPUq7WW4/TYyXtSNsptI/AAAAAAAAAFc/-eTlaG17WnE/s320/America+Cupello_tables+and+rites+%25283%2529.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-WwEe0FJa2Kg/TYyXhOAy1QI/AAAAAAAAAFU/M7GXwZg_oHk/s1600/America+Cupello_tables+and+rites+%25286%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://lh3.googleusercontent.com/-WwEe0FJa2Kg/TYyXhOAy1QI/AAAAAAAAAFU/M7GXwZg_oHk/s320/America+Cupello_tables+and+rites+%25286%2529.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh4.googleusercontent.com/--bOrfQf_IyQ/TYyXZL33cdI/AAAAAAAAAFQ/ETMggkkHhII/s1600/America+Cupello_tables+and+rites+%25289%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://lh4.googleusercontent.com/--bOrfQf_IyQ/TYyXZL33cdI/AAAAAAAAAFQ/ETMggkkHhII/s320/America+Cupello_tables+and+rites+%25289%2529.jpg" width="320" /></a></div>Naquele momento eu percebi que podia contar uma história com imagens. Daí em diante, passei a fotografar com esta idéia de encenação muito forte. Claro, que a fotografia sempre é construção, mas meu foco era realmente o viés teatral, a cena, a ficção. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh4.googleusercontent.com/-_9gcpqGY3fU/TYyX91lQESI/AAAAAAAAAFg/hS_I5Lqwyk4/s1600/America+Cupello_tables+and+rites+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://lh4.googleusercontent.com/-_9gcpqGY3fU/TYyX91lQESI/AAAAAAAAAFg/hS_I5Lqwyk4/s320/America+Cupello_tables+and+rites+%25282%2529.jpg" width="320" /></a></div>No caso do <i>still life</i> é a mesma coisa. No momento em que estava cursando o doutorado entre 2006 e 2010, minha preocupação era achar uma pergunta inaugural para minha tese, e aconteceu que achei ao invés disso, um gesto inaugural, esse gesto foi vestir e desvestir uma mesa. Gesto teatral, mas também gesto especulativo fotográfico. O ambiente da escola de Belas Artes me influenciou com todas aquelas aulas sobre Barroco, Natureza-morta, etc. Então para relaxar um pouco daquele conteúdo teórico muito denso, comecei a trabalhar com uma toalha de mesa dionisíaca, ou seja, comecei um processo de tingimento dionisíaco com vários tipos de vinho sobre uma toalha na mesa de minha casa-estúdio, e isto me conduziu aos rituais que envolvem a mesa, inclusive o <i>still life</i>. Fiquei totalmente obsessiva com estas construções efêmeras que revelam passagem do tempo, decadência, morte e vida. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-JdHUoR3qLZs/TYyYDT03c9I/AAAAAAAAAFk/AEnVTinqOHQ/s1600/America+Cupello_tables+and+rites+%25284%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://lh5.googleusercontent.com/-JdHUoR3qLZs/TYyYDT03c9I/AAAAAAAAAFk/AEnVTinqOHQ/s320/America+Cupello_tables+and+rites+%25284%2529.jpg" width="320" /></a></div>A intenção de rever esse momento na história não é a de reproduzir as suas intenções, seus temas e simbolismos, mas sim pensar formas idiossincráticas, novas possibilidades formais com o intuito de repensar o conhecido e o familiar, sob uma nova ótica. Nessa arqueologia ao contrário, quis propor encenar e construir com os objetos, uma sintaxe deslocada, que verte do próprio ato de fotografar entendido como um trespassar para dimensões imemoriais. Trata-se de uma arqueologia ao contrário, em vez de escavar, construir, (vertendo o vinho sobre a toalha que era branca) camadas, películas, tratou-se de dar forma a uma ruína. <br />
<br />
Nesse processo com a teoria fui confrontada com essa questão de gênero na fotografia (jornalismo, moda, retrato, etc), mas vejo que essa preocupação acaba caindo por terra quando nos aproximamos do fenômeno da imagem, pois é por meio dela que a teoria se faz, não o contrário. O vício das classificações permanece no ensino de arte e nas instituições, mas os teóricos mais inquietos, como Douglas Crimp, ele percebe, que a fotografia não é um sistema homogêneo. Sua abordagem enfatiza a fotografia como um centro irradiador e contaminador segundo expressão do autor, que vêm desestabilizar um tipo de discurso e instaurar um sistema heterogêneo que foge a um tipo de classificação ideal, ou a classificação de museu. A meu ver, é nesse terreno arriscado e cheio de tsunamis que a fotografia opera em suas múltiplas dimensões e não suporta mais as caducas classificações.<br />
<br />
A fotografia vista como imagem e objeto para mim é essencial. Embora estejamos caminhando para a profusão de telas e imagens sem espessura, há a meu ver, um desejo de espessura, um desejo de habitar uma interioridade um "ambiente fotográfico", me refiro aqui às instalações fotográficas. Acho essa vertente muito forte. <br />
Neste sentido, percebo elementos seminais como encenação, manuseio de suportes (papeis, vidros, tecidos) de forma experimental, e o fotógrafo como agente e partícipe desse ato. <br />
<br />
A fotografia em seu vetor objeto demonstra que o ato fotográfico, como nos colocou tão bem Philippe Dubois, vai além e aquém do clique fotográfico, o objeto demonstra esse tempo esgarçado, esse encenar que não termina na feitura e na exposição digital da imagem. As escolhas do fotógrafo são visualizadas também no espaço expositivo que acolhe esta foto-objeto. Fatores como tamanho, espessura, colocação no espaço efetivamente pertencem a esse ato ou gesto fotográfico esgarçado. <br />
<br />
Em minha abordagem, levo em consideração esses aspectos que revelam a fotografia como uma fabulação filosófica que percorre impulsos, trajetos, narrativas e especulações, que se desprendem, na relação entre fotógrafo, repertório e fotografia.<br />
<br />
O acaso é essencial. É preciso perceber quando um trabalho começa a ser reorientado pelo acaso, saber ver esta potência e se deixar levar com certeza. Alguns trabalhos são orientados totalmente pelo acaso, pelo bom encontro. Tenho um grande coletivo de objetos,<i> ready-mades</i> que encontrei recentemente na rua. Uma grande quantidade de bonecos que foram guardados durante quarenta anos e depois descartados, todos da mesma época, ensacados, dilapidados e inéditos ao mesmo tempo, um grande paradoxo. Estas luzes encapsuladas nunca alcançaram o olhar a que se destinaram, o olhar infantil. Muito pungente, não é para mexer muito não, estão prontos, só falta colocar a luz, revelar.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-92Bznsa0wGs/TYyYNjVoaEI/AAAAAAAAAFo/7qoOKei_l1Y/s1600/America+Cupello_tables+and+rites+%25287%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://lh3.googleusercontent.com/-92Bznsa0wGs/TYyYNjVoaEI/AAAAAAAAAFo/7qoOKei_l1Y/s400/America+Cupello_tables+and+rites+%25287%2529.jpg" width="400" /></a></div>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-10777489293916396882011-03-16T05:54:00.000-07:002011-03-16T06:03:06.487-07:00A vida pelo visor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh6.googleusercontent.com/-6JT2SJUU6Hw/TYCzUlo73UI/AAAAAAAAAEw/2KAYNtMcYLo/s1600/claudioBueno_2WEB.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="303" src="https://lh6.googleusercontent.com/-6JT2SJUU6Hw/TYCzUlo73UI/AAAAAAAAAEw/2KAYNtMcYLo/s400/claudioBueno_2WEB.jpg" width="400" /></a></div><br />
<b>FLAVIO COLKER March 14 at 10:04pm</b><br />
Claudio,<br />
Olhei rápido as fotos. São incríveis. Eu queria fazer uma matéria falando do impulso de fotografar. Você desenhava e a fotografia apareceu na sua vida...e aplacou uma angustia não foi? Ou criou outras? Você fotografava por necessidade, por impulso. Isso me interessa. A fotografia como um vicio, droga<br />
<br />
Outra pergunta: A imagem aparece pronta para você. Você sabe aonde quer chegar. Sempre soube desde que fez a primeira foto. E isso não tem nada a ver com uma carreira profissional. Eram as imagens, simplesmente. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-0FaQOJVbowA/TYCzdIKoMGI/AAAAAAAAAE0/Gp9z1YyF5hQ/s1600/claudioBueno_23WEB.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://lh5.googleusercontent.com/-0FaQOJVbowA/TYCzdIKoMGI/AAAAAAAAAE0/Gp9z1YyF5hQ/s320/claudioBueno_23WEB.jpg" width="320" /></a></div>De onde você tirou sua influencias? Com quem suas imagens conversam?<br />
<br />
Você fotografa personagens. É como um teatro, não?<br />
<br />
Você de repente parou de fotografar, assim como começou. O que aconteceu? Se você fosse profissional, fotografo de moda...você se viu um dia como um fotografo profissional?<br />
<br />
<b>CLAUDIO BUENO March 15 at 1:17pm Report</b><br />
<br />
Flavio,<br />
A fotografia era um desenho mais rápido, sem tanta frustração, pois as linhas e a perspectiva já existiam. O processo, porém, é mesmo. Não tem diferença do enquadramento da Mona Lisa ou de um portrait da minha prima.<br />
<br />
Sim, a fotografia virou um vício, uma droga. Quem foi que disse que vício artístico a gente chama de cultura?!?<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-5ff8vhz36Tk/TYCzn-yfKYI/AAAAAAAAAE4/nYgijiOgq8c/s1600/claudioBueno_12WEB.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="https://lh3.googleusercontent.com/-5ff8vhz36Tk/TYCzn-yfKYI/AAAAAAAAAE4/nYgijiOgq8c/s320/claudioBueno_12WEB.jpg" width="320" /></a></div>Minhas influencias surgiram do contato contigo, Flavio. Eu não estava brincando quando disse que você não só me emprestou a tua Nikon, mas também me ensinou a entender uma imagem. Talvez o que você tenha me ensinado mesmo, é que não tem nada que se entender.<br />
<br />
Minhas imagens são feitas para agradar o modelo. Acho que por isso nunca quis virar profissional. Editores de arte e clientes só iriam atrapalhar o meio de campo. Minha fotografia é dedicada aos amigos que gostavam de ser fotografados. Me lembro que na escola, fiz muitos contatos, desenhando para as pessoas. Acho que com a fotografia não foi diferente. Todos queremos ser amados.<br />
<br />
Comecei fotografando personagens. Eu precisava daquela produção toda, para conseguir quebrar a barreira e obter bons resultados. Hoje em dia, posso fotografar sem necessidade do carnaval todo. Acho que minha fotografia cresceu comigo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh6.googleusercontent.com/-8jy2uSFvcPk/TYC0AVswlMI/AAAAAAAAAE8/ESb8Y9-YjRc/s1600/claudioBueno_3WEB.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="219" src="https://lh6.googleusercontent.com/-8jy2uSFvcPk/TYC0AVswlMI/AAAAAAAAAE8/ESb8Y9-YjRc/s320/claudioBueno_3WEB.jpg" width="320" /></a></div>A vida é um teatro, ou não? Tudo que fotografamos é um mis en scene. Ultimamente tenho feito muitos Still Life, e depois de fotografado, até uma laranja é parte de um contexto teatral.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh6.googleusercontent.com/-Ym6dooK2K5w/TYC0GxHOATI/AAAAAAAAAFA/9gW5ItN53Ns/s1600/claudioBueno_15WEB.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="218" src="https://lh6.googleusercontent.com/-Ym6dooK2K5w/TYC0GxHOATI/AAAAAAAAAFA/9gW5ItN53Ns/s320/claudioBueno_15WEB.jpg" width="320" /></a></div>Eu nunca parei de fotografar. Tenho foto dos 70, 80, 90, 2000. Foi difícil dar continuidade quando saí da minha cidade natal e vim morar num país estranho aonde eu não conhecia ninguém. Mas mesmo assim, com o tempo, retratei as novas amizades.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-YuToW1FrxTg/TYC0KTmxlrI/AAAAAAAAAFE/NFyWK6VKXtQ/s1600/claudioBueno_17WEB.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="217" src="https://lh3.googleusercontent.com/-YuToW1FrxTg/TYC0KTmxlrI/AAAAAAAAAFE/NFyWK6VKXtQ/s320/claudioBueno_17WEB.jpg" width="320" /></a></div>A única diferença entre profissional e não profissional é a grana. Uma imagem boa é uma imagem boa. Numa revista ou no fundo da minha gaveta. Acho que o que eu não queria, era ser forcado a retratar aquilo que não me interessava. Mas fotografo eu sou, sim. Vejo a vida pelo visor.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-XYz9ORn3Stg/TYC0U2RTqBI/AAAAAAAAAFI/gv3MCaoRtpg/s1600/claudioBueno_14WEB.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="218" src="https://lh3.googleusercontent.com/-XYz9ORn3Stg/TYC0U2RTqBI/AAAAAAAAAFI/gv3MCaoRtpg/s320/claudioBueno_14WEB.jpg" width="320" /></a></div><br />
Espero que eu tenha feito sentido nas respostas às tuas perguntas, se não, a gente repete. Obrigado por estar fazendo isso, acho o máximo!<br />
Beijos<br />
Teu<br />
Claudio1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-73011643331294277662011-03-14T19:00:00.000-07:002011-03-14T19:16:42.209-07:00O Estendal respondeAFINAL, PARA QUE SERVE UMA IMAGEM? A pedido do 1/125, o coletivo O Estendal (<a href="http://oestendal.wordpress.com/">http://oestendal.wordpress.com/</a>) responde à pergunta.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-wAayozlDsYA/TX7JmCmEkHI/AAAAAAAAAEs/Vz7A0rf547c/s1600/osestendidos2blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="262" q6="true" src="https://lh3.googleusercontent.com/-wAayozlDsYA/TX7JmCmEkHI/AAAAAAAAAEs/Vz7A0rf547c/s400/osestendidos2blog.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div align="right"><em>Os Estendidos: Daniel Gregory Chiacos, Kelly Lima, Henrique Andrade, Ana Rodrigues, </em></div><div align="right"><em>Karin Lerner, Silvio Moréia, Stella Mello e Fred Pacífico Alves</em></div></td></tr>
</tbody></table> <br />
"É uma viagem dentro do universo particular do autor".(Daniel Chiacos)<br />
<br />
"Uma imagem serve para saciar o apetite dos olhos, a gula da memória e a sede de permanência". (Kelly Lima)<br />
<br />
"É a eternização do segundo, do click, do piscar de olhos. É a sublimação do inesquecível momento que marca a história do mundo e da alma." (Henrique Andrade)<br />
<br />
"Uma imagem é uma janela para um ponto de vista e cada um que vê interpreta como quer". (Ana Rodrigues)<br />
<br />
"É um mundo dentro dos meus olhos".(Karin Lerner)<br />
<br />
"É a ironia da mortalidade em insistir que existe a eternidade!" (Sílvio Moréia)<br />
<br />
"Imagem é a projeção visual de algo que se vê ou sente".(Stella Mello)<br />
<br />
"Uma imagem serve para iludir o instante e dar contorno ao pensamento, para que uma mensagem, o tempo, a memória e a criatividade tornem-se quase tangíveis, no momento que se concretizarem sob o olhar de quem a vê." (Fred Pacífico)1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-86592257413906080802011-03-14T13:58:00.000-07:002011-03-14T14:00:22.022-07:00Art Kane<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-sKMa7k_oSMM/TX6AqlHudpI/AAAAAAAAAEc/clL7eg-PRfo/s1600/peteT_artkane.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-FUvqGkvT2qk/TX6AlFjkJII/AAAAAAAAAEY/CW3oYnlaIiI/s1600/thewho_artkane.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="267" src="https://lh3.googleusercontent.com/-FUvqGkvT2qk/TX6AlFjkJII/AAAAAAAAAEY/CW3oYnlaIiI/s400/thewho_artkane.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>The Who</i></td></tr>
</tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-sKMa7k_oSMM/TX6AqlHudpI/AAAAAAAAAEc/clL7eg-PRfo/s1600/peteT_artkane.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://lh3.googleusercontent.com/-sKMa7k_oSMM/TX6AqlHudpI/AAAAAAAAAEc/clL7eg-PRfo/s400/peteT_artkane.jpg" width="265" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Pete Townshend</i></td></tr>
</tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-hkn-mZVMSh0/TX6AzcEFNWI/AAAAAAAAAEg/fICEXN0pxhI/s1600/jM2_artkane.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://lh5.googleusercontent.com/-hkn-mZVMSh0/TX6AzcEFNWI/AAAAAAAAAEg/fICEXN0pxhI/s400/jM2_artkane.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Jim Morrison</i></td></tr>
</tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-BEk8udqx29Q/TX6A4ZotpdI/AAAAAAAAAEk/QBjb6-F0948/s1600/jM_artkane.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://lh5.googleusercontent.com/-BEk8udqx29Q/TX6A4ZotpdI/AAAAAAAAAEk/QBjb6-F0948/s400/jM_artkane.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Jim Morrison</i></td></tr>
</tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-kh8A9XglecY/TX6A7fRvjiI/AAAAAAAAAEo/15kyMVp7WX8/s1600/cream_artkane.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://lh3.googleusercontent.com/-kh8A9XglecY/TX6A7fRvjiI/AAAAAAAAAEo/15kyMVp7WX8/s400/cream_artkane.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Cream</i></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: left;"><i><br />
</i></div><div style="text-align: left;"><i>“IT STARTS WITH CONCEPTS. I consider myself a conceptual photographer. I want to communicate the unseen elements in a personality”.</i> Art Kane</div>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-43175156968121608952011-03-14T12:26:00.000-07:002011-03-14T12:28:12.431-07:00Diário<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-Ltb7EMAHRjA/TX5raN9mGPI/AAAAAAAAAEI/btlN5R5syPY/s1600/gabi3_flaviocolker.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://lh5.googleusercontent.com/-Ltb7EMAHRjA/TX5raN9mGPI/AAAAAAAAAEI/btlN5R5syPY/s400/gabi3_flaviocolker.jpg" width="272" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-U1XAXRclD0g/TX5rVCXG0YI/AAAAAAAAAEE/Ah_Kgql_XxM/s1600/gabi1_flaviocolker.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://lh5.googleusercontent.com/-U1XAXRclD0g/TX5rVCXG0YI/AAAAAAAAAEE/Ah_Kgql_XxM/s400/gabi1_flaviocolker.jpg" width="266" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-Tx5psr8yALc/TX5rgj5yeRI/AAAAAAAAAEM/Gg_n3e4JFy0/s1600/gabi2_flaviocolker.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://lh3.googleusercontent.com/-Tx5psr8yALc/TX5rgj5yeRI/AAAAAAAAAEM/Gg_n3e4JFy0/s400/gabi2_flaviocolker.jpg" width="271" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-XatFhCqpszk/TX5rks1kdFI/AAAAAAAAAEQ/Sz9loqwUlOQ/s1600/gabi4_flaviocolker.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://lh5.googleusercontent.com/-XatFhCqpszk/TX5rks1kdFI/AAAAAAAAAEQ/Sz9loqwUlOQ/s400/gabi4_flaviocolker.jpg" width="266" /> </a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-mMD8_k5gdvo/TX5rocppuCI/AAAAAAAAAEU/eVk7QAqDP2k/s1600/gabi5_flaviocolker.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://lh5.googleusercontent.com/-mMD8_k5gdvo/TX5rocppuCI/AAAAAAAAAEU/eVk7QAqDP2k/s400/gabi5_flaviocolker.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Gabriela Mourato, por Flavio Colker</i></td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-5779162343869175252011-03-14T12:02:00.000-07:002011-03-14T12:28:50.912-07:00Only Rock 'n Roll<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh6.googleusercontent.com/-lRriNSFbCc4/TX5oCRWmsKI/AAAAAAAAAD0/k20JAEvlwvQ/s1600/jimi-burning_jm.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://lh6.googleusercontent.com/-lRriNSFbCc4/TX5oCRWmsKI/AAAAAAAAAD0/k20JAEvlwvQ/s400/jimi-burning_jm.jpg" width="310" /></a></div><i>Por Cassiano Viana </i><br />
<br />
<i>“IF SOMEONE DOESN’T WANT ME TO SHOOT THEM, FINE, FUCK ‘EM. But if they do, there can’t be any restrictions.” </i>Jim Marshall<br />
<br />
Há quase um ano morria, no dia 24 de março, em Nova Iorque, Jim Marshall, fotógrafo que ficou conhecido pelas imagens de John Coltrane – em 1960 –, Thelonious Monk, em 1962, Jimi Hendrix – queimando sua stratocaster no festival de Monterey Pop, em 1967 –, Rolling Stones, Janis Joplin, Beatles – Marshall foi o único fotógrafo no backstage da última apresentação do Fab Four, no Candlestick Park, em 1966 –, Bob Dylan, Johnny Cash – a histórica gravação, em 68, na Folsom Prison e, um ano depois, Cash mostrando o dedo médio durante uma apresentação na San Quentin State Prison, Califórnia –, Cream, The Who e Led Zeppelin.<br />
<br />
<i>“I love all these musicians – they’re like family. Looking back, I realize I was there at the beginning of something special, I’m like a historian. There’s an honesty about this work that I’m proud of. It feels good to think, my God, I really captured something amazing.”</i><br />
<br />
Aos 74 anos, responsável pelo registro do rock em sua Era de Ouro, o cara que tinha sobrenome de amplificador (o melhor deles) e fotografava com uma Leica ainda estava na ativa. <br />
<i><br />
“I don’t sign shit either, I own all of my photographs and no one I’ve shot, not Dylan, not Miles, not Cash, has ever complained about how my pictures of them have been used. If someone doesn’t want me to shoot them, fine, fuck ‘em,” dizia. “But if they do, there can’t be any restrictions.”</i><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh6.googleusercontent.com/-N0BuFQ2Phoc/TX5oQkox9BI/AAAAAAAAAD4/qblz2bLeuSA/s1600/johnnycash-thumb-450x301.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://lh6.googleusercontent.com/-N0BuFQ2Phoc/TX5oQkox9BI/AAAAAAAAAD4/qblz2bLeuSA/s400/johnnycash-thumb-450x301.jpg" width="400" /></a></div>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-66115240129625340952011-03-02T05:22:00.000-08:002011-03-02T05:51:53.034-08:00Os testes de personalidade do Pink Crooner<i>Por Flavio Colker</i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh6.googleusercontent.com/-QdlaYbZi7gg/TW5FVhJxP5I/AAAAAAAAADk/M6eT533XPi8/s1600/Moyses-Ferreira_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://lh6.googleusercontent.com/-QdlaYbZi7gg/TW5FVhJxP5I/AAAAAAAAADk/M6eT533XPi8/s320/Moyses-Ferreira_1.jpg" width="275" /></a></div>CONHEÇO O MOYSES DO FACEBOOK E SOU FÃ DA SUA PERSONALIDADE ONLINE. É um ator/escritor de primeira. Suas performances para fotografia, over the top e irônicas, deixam claro que a vocação da imagem é para ambigüidade, máscara e ídolo.<br />
<br />
“O Pink Crooner é sexo, fala e canta sobre sexo”, ele diz, lembrando que como todo artista, é megalomaníaco. “Sou daqueles que gostam de fazer tudo, ser o autor e o objeto, o criador e a criatura. Não sei se isso é bom, mas é a verdade”.<br />
<br />
Depois de anos numa escola de teatro, Moyses descobriu que a sua vocação é mostrar o sexo. “Pornô. Adoro o Pornô. Eu sempre quis ser um ator pornô que canta números da Broadway durante o coito”.<br />
<br />
<br />
<b>Moyses Ferreira February 26 at 3:03pm Report</b><br />
<br />
Flavio, primeiro obrigado por se interessar na minha brincadeira. E segundo... Ah, vai lendo e me diga se era isso que você queria.<br />
<br />
Sim, eu tenho uma relação muito forte com a imagem, mas não chamaria de visceral. É contraditório... Se o produto final consegue ser visceral, ótimo, mas é apenas o resultado de uma preparação fria e quase metódica. Precisão. Dessa palavra eu gosto mais. Ainda estou descobrindo minha relação com a imagem. Na verdade essa relação sempre existiu... só que agora tenho as armas para produzir essas imagens.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-bqUd-lsTMVs/TW5FqbLtWRI/AAAAAAAAADo/4kg-cdde30g/s1600/Moyses-Ferreira_2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://lh5.googleusercontent.com/-bqUd-lsTMVs/TW5FqbLtWRI/AAAAAAAAADo/4kg-cdde30g/s320/Moyses-Ferreira_2.jpg" width="320" /></a></div>Sou um junkie em consumo de imagem. Minha maior fonte é o cinema. O cinema é o melhor alimento. Não o cinema da tela grande, esse não me interessa mais. Gosto do cinema em casa, na tela do computador. Esse poder de dar pause, fazer um frame, mudar o tamanho, repetir quantas vezes eu quiser, salvar a expressão do ator, é o que me interessa. E tento fazer isso com as imagens que crio junto com o meu parceiro e fotógrafo particular Joka P. (muito bom ter um fotografo particular! Glamour total!)<br />
<br />
Não, as imagens não mandam em mim. O caminho é inverso. Tenho controle total sobre elas. A execução é burocrática e objetiva. Às vezes até faço um story board da foto que vai ser tirada. Na verdade, essas fotos são testes de figurino ou testes de personalidade como gosto de chamar, um tipo de still. O tal do Pink Crooner é um personagem que está sendo criado a partir dessas imagens. Elas são um ensaio aberto do que ainda vai virar um mini-filme no Youtube. Quero que ele viva ali, na telinha. Mas, como disse antes, os recursos do Pink Crooner são limitados. Então, ele dá um passo de cada vez e acho que dá pra perceber isso na pequena, mas rápida evolução das imagens que você se interessou. Estou começando a me afastar do close... Estou ganhando segurança e com vontade de mostrar mais.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh4.googleusercontent.com/-MtBuVWmC-9c/TW5Fv6P29dI/AAAAAAAAADs/Gw5FW0WoMnM/s1600/Moyses-Ferreira_3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="262" src="https://lh4.googleusercontent.com/-MtBuVWmC-9c/TW5Fv6P29dI/AAAAAAAAADs/Gw5FW0WoMnM/s320/Moyses-Ferreira_3.jpg" width="320" /></a></div>Sou um ator fracassado, sem palco e provavelmente sem muito talento. Mas ter esse poder de criar e manipular essas fotos me torna muito poderoso. A maldita democracia virtual serve pra isso. É triste, grotesco e maravilhoso!<br />
<br />
Como todo artista, sou megalomaníaco. Sou daqueles que gostam de fazer tudo, ser o autor e o objeto, o criador e a criatura. Não sei se isso é bom, mas é a verdade. E desse jeito o teatro é feito, acontece, mas o palco propriamente dito não existe mais... O palco é agora virtual, como tudo hoje em dia. Perfeição existe!<br />
<br />
Pornô. Adoro o Pornô. Eu sempre quis ser um ator pornô que canta números da Broadway durante o coito. Depois de anos numa escola de teatro descobri que a minha vocação é mostrar o sexo. O pornô ou as fotos eróticas não são frias ou sem vida. Se tem pau, se tem cu, se tem boceta, tem vida! O que mudou foi a maneira que é consumido, perdeu o mistério... Não tem mais aquela culpa de entrar numa banca e comprar uma revista ‘suja’ e depois esconder na gaveta de meias. A masturbação é apenas mais uma coisa que se faz enquanto se responde um e-mail de trabalho. Eu sempre começo a me masturbar com um vídeo dos gatos <a href="http://www.kristenbjorn.com/web/splash/splash.php"><b>Kristen Bjorn</b></a>, falo com a minha irmã do Skype e termino gozando vendo a Bette Davis jogar a Joan Crawford escada abaixo. Mas muita gente só aceita o sexo com culpa, como algo sujo. Por isso dizem que não gostam, acham sem vida. Tudo mentira! Um par de peitinhos sempre vai causar comoção!<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-5W5A4sHRboo/TW5GFvi4sDI/AAAAAAAAADw/DcaiBa95GIo/s1600/Moyses-Ferreira_4.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="250" src="https://lh5.googleusercontent.com/-5W5A4sHRboo/TW5GFvi4sDI/AAAAAAAAADw/DcaiBa95GIo/s320/Moyses-Ferreira_4.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Fotos: Joka Prochownik</i></td></tr>
</tbody></table>O sexo e a morte sempre vão ser fortes, vão chocar. A primeira coisa que tento ver quando uma pessoa é atropelada é se alguma parte intima esta aparecendo. Uma pessoa pelada ainda diz muito, me toca muito, e não vejo a hora de tirar a roupa! O Pink Crooner é sexo, fala e canta sobre sexo. Faz sexo. Só que tem que ser registrado, com uma câmera, numa foto. Ainda não sei como vou chegar lá... No clímax da imagem.<br />
<br />
Só não esqueça dos créditos do Joka nas fotos que usar!!1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-50016147745087544192011-02-21T11:38:00.000-08:002011-02-21T11:46:25.734-08:00Fotografia é arte?<i>Por Flavio Colker</i><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-bcUEBiP15AQ/TWLAFF_k4aI/AAAAAAAAADY/MefFBrrmhfY/s1600/Mapplethorpe_SelfPortrait.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-bcUEBiP15AQ/TWLAFF_k4aI/AAAAAAAAADY/MefFBrrmhfY/s320/Mapplethorpe_SelfPortrait.jpg" width="313" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Self portrait/Mapplethorpe</i></td></tr>
</tbody></table><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-wNi6zN3NRQw/TWLAIgOS7VI/AAAAAAAAADc/nDNIryTc2zs/s1600/CINDY-SHERMAN.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="238" src="http://2.bp.blogspot.com/-wNi6zN3NRQw/TWLAIgOS7VI/AAAAAAAAADc/nDNIryTc2zs/s320/CINDY-SHERMAN.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Cindy Sherman, 1977</i></td></tr>
</tbody></table>JORGE SAYÃO ESTÁ NOS ESTADOS UNIDOS COMO VISITING RESEARCHER na Brown University e na Rhode Island School of Design, aonde pesquisa para escrever sua tese de doutorado sobre Giorgio Morandi e sua influencia na arte brasileira.<br />
<br />
O conheci em seu curso sobre a natureza da arte e suas diversas definições, na EAV. <br />
<br />
Até pouco tempo atrás, o fotógrafo não era um artista contemporâneo. A fotografia tinha o seu escaninho separado da arte. A arte fotográfica era algo atrasado, utilitário, romântico enquanto as artes plásticas lidavam com pensamentos mais densos. Mapplethorpe foi o primeiro a ter cotações em pé de igualdade com alguém que se denomina artista. Após ele, uma geração de alemães, belgas, americanos e brasileiros, emergiu enquanto “fotógrafos” dentro do Mercado. <br />
<br />
Jorge estuda a expansão da arte e a incorporação de novos objetos ao seu campo. Logo, caberia a ele a pergunta: O fotógrafo faz arte?<br />
<br />
<b>Flavio Colker – </b>Jorge, como você vê a valorização da fotografia dentro da arte?<br />
<br />
<b>Jorge Sayão –</b> A arte é uma materialização do real, de idéias. A obra carrega idéias. Há uma tendência a ficar impressionado com a tecnologia que produz a obra mesmo que idéias antigas estejam sendo veiculadas. Isso em vídeo acontece com mais freqüência do que na fotografia. Essa é uma avaliação equivocada. Arte é o meio. Não há distinção entre forma e conteúdo, mas forma apenas, não significa valor. A fotografia, por estar ligada à representação, sofreu rejeição na arte, mas desde a pop art, ela e outros objetos vulgares começaram a ser reintroduzidos na arte.<br />
<br />
<b>Flavio Colker – </b>Antes um artista utilizava a fotografia para produzir arte, enquanto o fotografo não tinha esse privilegio. Hoje, o fotografo passa ser vendido com o mesmo valor de mercado do artista. Fotografo= artista. Antes dos anos 80, fotografia era um meio absolutamente distinto da arte.<br />
<br />
<b>Jorge Sayão – </b>A Funarte, por exemplo, tinha salas para fotografia e outras para a arte.<br />
<br />
<b>Flavio Colker – </b>Então como é que fotógrafos passaram a ser assimilados como produtores de obras de arte?<br />
<br />
<b>Jorge Sayão – </b>A partir da intencionalidade. Algo é feito para ser arte e não outra coisa. Poderia ser uma fotografia de moda, por exemplo, mas foi feito para ser arte, por um artista que sabe o que é arte, para ampliar a noção do que seria um objeto de arte. Essa expansão é uma condição da arte. Logo, a arte abre espaço para objetos que são produzidos com outros valores formais, desde que tenham a intencionalidade de ser arte.<br />
<br />
<b>Flavio Colker – </b>Talvez essa passagem tenha começado com Mapplethorpe.<br />
<br />
<b>Jorge Sayão – </b>Mapplethorpe foi o primeiro a ter fotos com valores de mercado equivalentes à pintura.<br />
<br />
<b>Flavio Colker – </b>Parece, inclusive, que houve manipulação no mercado para se atingir tais valores.<br />
<br />
<b>Jorge Sayão – </b>Não seria a primeira vez. O artista pode fazer o inverso também: trazer características do objeto de arte para dentro de uma revista de moda. Esse também é um ato de artista: instaurar um espaço de arte dentro de outro meio criando uma estranheza. Um parafuso dentro do sanduíche. A estranheza explicita os valores do meio, o que fica oculto. Amplia a consciência.<br />
<br />
<b>Flavio Colker – </b>Sim! Eu diria que os ambientes vulgares como a revista e o cinema estiveram abertos a absorção de valores artísticos. A influência do surrealismo no cinema americano, do minimalismo nos retratos feitos por Richard Avedon. O surrealismo, aliás, é uma grande influencia fora do Brasil. Por que o Brasil rejeitou o surrealismo?<br />
<br />
<b>Jorge Sayão – </b>O Brasil optou por uma arte construtiva. Havia uma vontade de construção. O surrealismo tem um caráter bélico, de maquina de guerra. O Brasil não teve a experiência da primeira guerra mundial.<br />
<br />
<b>Flavio Colker – </b>Nem a America teve a experiência. Acho que passa pelo capitalismo, pela industrialização. Os surrealistas foram para América com o plano definido de serem abraçados pela indústria. Dali declarou que estava na América para isso.<br />
<br />
<b>Jorge Sayão – </b>A Rosalind Krauss diz que a obra surrealista é antes de tudo a revista e não a pintura, a música e o poema. Os surrealistas desprezaram o ambiente de arte e foram para a geral: criaram o que conhecemos como valores artísticos dos meios de comunicação. O cinema brasileiro sofre com a ausência de surrealismo. Cinema é maquina de imagem. Os surrealistas entenderam a imagem como ninguém. Pensa em Terminator; Schwartzneger de Cyborg numa Harley Davison. Imagem.1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-52148559978010655592011-02-14T06:43:00.000-08:002011-02-14T06:45:23.215-08:00Entre o possível e o imaginário, Diego Paleólogo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-pe61Eiz8IS0/TVk_Xebe6tI/AAAAAAAAADQ/cXI68vZfZUk/s1600/DiegoPaleologo_sin_libido_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://1.bp.blogspot.com/-pe61Eiz8IS0/TVk_Xebe6tI/AAAAAAAAADQ/cXI68vZfZUk/s400/DiegoPaleologo_sin_libido_1.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-jQudrhBlT4w/TVk_ddRUlsI/AAAAAAAAADU/MWqjsLc-pls/s1600/DiegoPaleologo_tt_1WEB.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="201" src="http://1.bp.blogspot.com/-jQudrhBlT4w/TVk_ddRUlsI/AAAAAAAAADU/MWqjsLc-pls/s320/DiegoPaleologo_tt_1WEB.jpg" width="320" /></a></div>"Comecei a fotografar com 15 anos, quando ganhei minha Kodak Instamatic. Andava com ela para cima e para baixo, num ímpeto quase documental. Em 2003, já na Escola de Comunicação Social da UFRJ (ECO-UFRJ), realizei meu primeiro ensaio, junto com uma amiga: narrativa imagética de uma vida fictícia, em PB, hibridizando aspectos da minha vida real a construções ficcionais.<br />
<br />
Minhas imagens procuram lugares de conversão, intercessão entre o possível e o imaginário, diálogo de possibilidades. A manipulação digital, volta e meia presente, assume caráter cirúrgico: as imagens são tratadas para que se extraia delas alguma outra coisa, como no trabalho Terceiro tempo, construído através do tempo, memória e imaginário. A montagem e a colagem são técnicas utilizadas para produção de sentidos. O auto-retrato é uma forma de investigar o tempo, minhas questões pessoais, o corpo e minhas relações com a imagem fotográfica".<br />
<br />
<b>Diego Paleólogo</b>, escritor, artista visual e editor da revista Minotauro.<br />
<br />
http://infernocafe.wordpress.com/<br />
http://diegopale.carbonmade.com/<br />
http://www.flickr.com/photos/diegopale/1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-53793344276193903942011-02-14T05:34:00.000-08:002011-02-14T05:34:57.517-08:00Diário<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-6sbx03s0OjA/TVkvW8ne-7I/AAAAAAAAADE/wzUmR1cc_F4/s1600/Diario_14fev2011_FlavioColker_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="http://2.bp.blogspot.com/-6sbx03s0OjA/TVkvW8ne-7I/AAAAAAAAADE/wzUmR1cc_F4/s400/Diario_14fev2011_FlavioColker_1.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-EGjl0yqYwXM/TVkvPiajDfI/AAAAAAAAADA/hkyE-mRmVVc/s1600/Diario_14fev2011_FlavioColker3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="http://3.bp.blogspot.com/-EGjl0yqYwXM/TVkvPiajDfI/AAAAAAAAADA/hkyE-mRmVVc/s400/Diario_14fev2011_FlavioColker3.jpg" width="400" /></a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-xvy2J5vq3go/TVkvLuZteGI/AAAAAAAAAC8/iiNcDVuLwD4/s1600/Diario_14fev2011_FlavioColk.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="285" src="http://3.bp.blogspot.com/-xvy2J5vq3go/TVkvLuZteGI/AAAAAAAAAC8/iiNcDVuLwD4/s400/Diario_14fev2011_FlavioColk.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Flavio Colker</i></td></tr>
</tbody></table>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-82212489803603444892011-02-14T05:07:00.000-08:002011-02-14T05:12:52.797-08:00Dia de São Valentim<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-DR-oqZt24pE/TVko9WEEokI/AAAAAAAAAC4/D_2RgVIE0uY/s1600/chetbaker.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-DR-oqZt24pE/TVko9WEEokI/AAAAAAAAAC4/D_2RgVIE0uY/s400/chetbaker.jpg" width="277" /></a></div><br />
<br />
<i>Your looks are laughable <br />
unphotographable <br />
yet your my favorite work of art </i><br />
"My Funny Valentine", Richard Rodgers e Lorenz Hart. <br />
<br />
"ME CUSTA MUITO CONVIVER COM A IDÉIA DE QUE ESTÁS MORTO. Havia sinais no ar, mas eu me recusava a aceitá-los....Não sei bem porque, mas na volta de Roma comprei, na estação de trem, o jornal La Republica. É morto il jazzista Chet Baker. E foi como se o trem saísse dos trilhos e penetrasse no transparente mar verde que via por minha janela esquerda....Na verdade havia perdido minha razão pela viagem. Porque uma das coisas que me moviam a suportar a rotina de malas, trens e hotéis, era o fato de poder passar horas, dias, perseguindo lojas de discos de todo o mundo, nas quais ia direto a seção jazz e a letra b.... lá você estaria cantando só para mim. E isso era tudo...... e ao fim de tudo, só consigo pensar em você cantando alone together. Você morreu numa sexta 13. Espero que alguém cuide de mim."<br />
<br />
Matinas Suzuki, Folha de São Paulo, maio de 1988.<br />
<br />
<i>Cassiano Viana, 14 de fevereiro de 2011</i>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-16741914992824625222011-02-14T04:46:00.000-08:002011-02-14T04:56:51.292-08:00Mentiras sinceras me interessam“FOTOGRAFAR É APROPRIAR-SE DA COISA FOTOGRAFADA”, escreve Susan Sontag, em “Sobre fotografia”. Para Sontag, fotografar é atribuir importância. Cada foto - objetos de melancolia, convites ao sentimentalismo - é um momento privilegiado, convertido em um objeto diminuto que as pessoas podem guardar e olhar outras vezes, uma fina fatia de espaço bem como de tempo.<br />
<br />
Para bom entendedor, meia palavra basta. A fotografia é tanto pseudopresença quanto prova de ausência. Meia verdade. Meia mentira.<br />
<br />
Em “A Câmara Clara“, Barthes sugere que tudo o que uma fotografia é capaz de dizer é que "Isso é isso". Mas corrige o tempo verbal e recoloca: "Isso foi". Segundo Barthes, nunca veríamos a fotografia e sim aquilo a que ela remete, ou seja, o seu referente. <br />
<br />
Segundo Barthes, a imagem fotográfica carrega, por um lado, o elemento studium (aquilo que desperta um interesse geral pela fotografia, um interesse da inteligência, da curiosidade, um afeto médio, seja pelas personagens, pelos locais ou fatos representados (“É o studium, que não quer dizer, pelo menos de imediato, estudo, mas a aplicação a uma coisa, o gosto por alguém, uma espécie de investimento geral, ardoroso, é verdade, mas sem acuidade particular.”); e o elemento punctum, que ultrapassa o deleite visual e as intenções do fotógrafo (“O punctum de uma foto é esse acaso que, nela, me punge (mas também me mortifica, me fere).”.<br />
<br />
Proust, por sua vez, dizia que não se pode possuir o presente, mas pode-se possuir o passado.<br />
<br />
Tudo isso me lembra Antônio Cícero: <br />
<br />
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la./ Em cofre não se guarda coisa alguma./ Em cofre perde-se a coisa à vista./ Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por/ admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado./ (...) Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,<br />
por isso se declara e declama um poema:/ Para guardá-lo:/ Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:/ Guarde o que quer que guarda um poema:/ Por isso o lance do poema:/ Por guardar-se o que se quer guardar*.<br />
<br />
E Cazuza: “Mentiras sinceras me interessam”.<br />
<br />
<i>Por Cassiano Viana</i><br />
<br />
*Guardar, <a href="http://www2.uol.com.br/antoniocicero/"><b>Antônio Cícero</b></a>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-4058860644935068602011-02-10T11:48:00.000-08:002011-02-14T05:38:46.864-08:00Diário<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-ZtMED7MufMM/TVkwWqrBmxI/AAAAAAAAADM/YdK_z0Hmtvo/s1600/Di%25C3%25A1rio_FimDeFesta_FlavioColker_3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="http://1.bp.blogspot.com/-ZtMED7MufMM/TVkwWqrBmxI/AAAAAAAAADM/YdK_z0Hmtvo/s400/Di%25C3%25A1rio_FimDeFesta_FlavioColker_3.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Z4yDyOqpHgk/TVkwN5rbWAI/AAAAAAAAADI/mnHK7bEybG8/s1600/Di%25C3%25A1rio_10022011_FlavioColker_2WEB.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="http://2.bp.blogspot.com/-Z4yDyOqpHgk/TVkwN5rbWAI/AAAAAAAAADI/mnHK7bEybG8/s400/Di%25C3%25A1rio_10022011_FlavioColker_2WEB.jpg" width="400" /></a></div><a href="http://1.bp.blogspot.com/-gmYzZts9IIE/TVRA2p0LcXI/AAAAAAAAAC0/mVBkTCyiI4A/s1600/Di%25C3%25A1rio_10022011_FlavioColke.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="265" src="http://1.bp.blogspot.com/-gmYzZts9IIE/TVRA2p0LcXI/AAAAAAAAAC0/mVBkTCyiI4A/s400/Di%25C3%25A1rio_10022011_FlavioColke.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Flavio Colker</i></td></tr>
</tbody></table>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-54717962409996151632011-02-10T11:27:00.000-08:002011-02-10T11:40:11.382-08:00Conversas com Sergio Werner<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-LTgvHBIwPTU/TVQ-2ReE8vI/AAAAAAAAACs/sml6nkT4GI8/s1600/SergioWerner_oenigmasubterraneo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="180" src="http://4.bp.blogspot.com/-LTgvHBIwPTU/TVQ-2ReE8vI/AAAAAAAAACs/sml6nkT4GI8/s320/SergioWerner_oenigmasubterraneo.jpg" width="320" /></a></div>"ESTOU NA FRANÇA HA 11 ANOS, HÁ DEZ EM PARIS. Tanto a questão como vim parar em Paris, quanto como caí no Haiku (expressão interessante) são bases para pelo menos um conto. Eu poderia te dar as razões superficiais de como essas coisas acontecem (vim estudar na França e fiquei, fui a um evento sobre Haiku a convite de um amigo fotografo), etc. Sem querer nem chegar à sombra de alguém como a Susan Sontag ou um teorista de fotografia, encaro a fotografia como um descendente do Haiku (poesia japonesa). Muito da elaboração da fotografia é parecido, a questão do instantâneo, retrabalhar esse instantâneo, ir à essência.<br />
<br />
Hoje em dia todo o mundo fotografa e eu sou apenas mais um. Fotografar tem que ser um prazer, e é ai que eu me coloco (como disse Kertesz, um fotografo dos anos 20-30, "Eu sou um amador, e quero ser sempre um amador."). A fotografia não é uma obrigação (tantos lugares a que eu fui e não bati uma só foto).<br />
<br />
Faz alguns anos troquei minha reflex Canon por uma pequena Leica compacta, leve e fácil - talvez o ponto do Cartier Bresson, para ir comigo à qualquer lugar. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-dCBNT3xY7Nw/TVQ_EoiP51I/AAAAAAAAACw/e2wxz-VQfTg/s1600/SergioWerner_dentrodolabiri.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="http://2.bp.blogspot.com/-dCBNT3xY7Nw/TVQ_EoiP51I/AAAAAAAAACw/e2wxz-VQfTg/s320/SergioWerner_dentrodolabiri.jpg" width="320" /></a></div>Um mínimo de técnica é essencial, e eu, particularmente, tenho muito pouca. Aprendi o que sei lendo e tentando. Depois de aprender duas ou três coisas sobre exposição, velocidade e abertura, foco, edição, o que eu li: composição em pintura e fotografia, os diários de viagem de Basho, outros autores de Haiku, "the intimate philosphy of art" do John Armstrong, ver pintura, ver fotografia e, se possível, com alguém para explicar.<br />
<br />
Nunca tive contato com laboratórios, não tive tempo de me educar nisso, nem tenho onde ter um laboratório. Sempre senti uma certa inferioridade pelo fato de nunca ter colocado os pés num laboratório. Mas num certo sentido, sou filho do meu tempo. Tento me limitar a utilizar procedimentos que replicam o que foi feito até hoje em laboratório (procedimentos simples como o re-framing ou acerto da luminosidade, que são equivalentes ao tempo de exposição da ampliação, ou mais complicados como a solarização). Essa auto-limitação é um espécie de romantismo, claro, por que o digital permite e exige outras técnicas. Tenho experimentado com ampliações, mas não massivamente. Quero ficar melhor nisso. <br />
<br />
Sou engenheiro de formação. Depois de mudar para Paris ataquei o lado linguagem. Eu acho que nessa ultima parte é que reside a verdadeira fotografia (mesmo se suas fronteiras sejam fluidas).<br />
<br />
Muito do que eu fotografo hoje são imitações/inspirações. Exemplos:<br />
a série de "Les Fleurs du Mal" me foi trazida por um livro de Matisse, onde ele ilustrou Baudelaire, "Les Balades du Dimanche" me veio dos diarios de viagem de Basho e "Inutil Paisagem" me veio de olhar pintura chinesa de paisagem (Shanshui). As fotos de viagem em geral não são inspiradas diretamente por ninguém.<br />
<br />
E por aí vai".<br />
<br />
<i>Trechos do texto "Conversas com <a href="http://aji2000.free.fr/"><b>Sergio Werner</b></a>", por Cassiano Viana </i>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-60026417774416569052011-02-08T04:51:00.000-08:002011-02-10T04:30:55.858-08:00Retrato, Fotografia e Identidade<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-zqCPSE3tDhI/TVLN9Fv_I5I/AAAAAAAAABI/UF3pnvgLQxs/s1600/RichardAvedon_TrumanCapote.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-zqCPSE3tDhI/TVLN9Fv_I5I/AAAAAAAAABI/UF3pnvgLQxs/s320/RichardAvedon_TrumanCapote.jpg" width="255" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Truman Capote, por Richard Avedon</i></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: right;"></div><div style="text-align: right;"></div>O ASPECTO MAIS IMPORTANTE DA FOTOGRAFIA é definir a identidade de coisas e pessoas.<br />
<br />
<div style="text-align: right;"></div>A fotografia deixa de ser apenas uma curiosidade científica e ocupação exótica quando a <a href="http://www.kodak.com/global/en/corp/historyOfKodak/historyIntro.jhtml?pq-path=2217/2687"><b>Kodak</b></a> aparece com cameras e filmes em rolo. Até então só familias de posses e posição podiam contratar retratos a um pintor. Após a popularização e massificação da fotografia ocorre uma transformação radical na maneira como somos identificados. Antes da Kodak, não eramos determinados pela fotografia. Após a Kodak, tudo e todos serão identificados com imagens.<br />
<br />
A fotografia não tem a subjetividade, a interpretação da pintura. A pintura nunca se identifica completamente com o Real. A pintura cria imagem, interpreta o olhar. A fotografia passa a ser o Real. <br />
<br />
A pintura é maleável a interpretação. A fotografia é uma tecnica “dura” ; a perspectiva e o claro escuro são determinados pela camera. A fotografia revela algo intrinseco ao objeto.. independente do sujeito que olha. A fotografia é irredutivel de certa forma, não expansiva. O primeiros fotografos “de arte” disfarçavam a irredutibilidade da imagem fotografica com foras de foco diáfanos e cenários teatrais criando um atoleiro estilistico de climas e drama, guiados pela pior pintura. A fotografia era uma tecnica nova aguardando por uma nova sociedade, assumidamente cientifica, para revelar seus novos valores. O seculo XX. <br />
<br />
Os artistas de vanguarda entenderam que a câmera era a MATERIALIZAÇÃO DE UMA IDEOLOGIA. A camera não interpretava a priori, como fazia o pintor, mas “revelava” um duplo da visão, um outro aspecto dos seres e objetos ainda virgem de interpretações. Duchamp se deixou fotografar como mulher, Rose Selavy. Para os surrealistas, a camera fotografica era o seu principio e ideário materializado em objeto industrial (se conhecessem a camera automatica, teriam ainda outro extase!). <br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_6djhJnOAlNU/TVLOdoRP5bI/AAAAAAAAABM/q3AeCaTbmWg/s1600/PaulStrand_.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="252" src="http://1.bp.blogspot.com/_6djhJnOAlNU/TVLOdoRP5bI/AAAAAAAAABM/q3AeCaTbmWg/s320/PaulStrand_.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Golden Boy/ Paul Strand</i></td></tr>
</tbody></table><b><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Paul_Strand">Paul Strand</a></b> fotografou então as proprias cameras: elas eram o novo sujeito/ objeto. Nenhum artista jamais pintou um pincel. A mecanica e a objetividade eram uma vanguarda. A camera, um olho/ memoria capaz de ver de muito perto, de baixo, por cima, por dentro do tempo. Eram novos pontos de vista. <b><a href="http://www.manuelalvarezbravo.org/">Manuel Alvarez Bravo</a></b> fotografou a morte: um corpo de um jovem assassinado, ao chão, sangue escorrendo da boca, a vida não mais presente.. e a beleza intacta. O pais do sol e da morte. As fotos de Bravo, sempre sob o sol forte. Alvarez Bravo encontrou o que os latino americanos sempre buscam desesperadamente: uma arte avançada de carater local. A fotografia Mexicana.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_6djhJnOAlNU/TVLOp7BL-gI/AAAAAAAAABQ/PIOyBSWe0Ow/s1600/Edward-Weston_.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/_6djhJnOAlNU/TVLOp7BL-gI/AAAAAAAAABQ/PIOyBSWe0Ow/s320/Edward-Weston_.jpg" width="248" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Escusado/Edward Weston</i></td></tr>
</tbody></table>Logo após Duchamp inverter um Urinol e nomeá-lo fonte, <b><a href="http://www.edward-weston.com/">Edward Weston</a></b> fotografou um vaso sanitario. O titulo da imagem: Excusado. Weston tinha largado carreira comercial, mulher e filhos e se mudado para o Mexico com Tina Modotti. Excuse him… Tinha feito merda. Latrina, merda, exilio, marginalidade. A privada de Weston, banhada em uma luz delicada, Duchampianamente, lembra as igrejas de adobe de Taos, do Novo Mexico. Inversão de expectativa e sentido.<br />
<br />
Enquanto a vanguarda criava ambiguidade, a fotografia fazia parte de um projeto inverso: identificar tudo e todos de maneira inequivoca. Em muito pouco tempo passamos a ser identificados através de imagem em passaportes, carteiras de identidade, jornais, filmes, televisão. Dominio absoluto da imagem fotográfica no cotidiano. A fotografia ganha total independencia da arte e constitui um novo conhecimento feito de frações de segundo aonde tudo que há se faz imagem e o mistério desaparece. A religião se torna obsoleta. A fotografia é clara: imagens de balas de revolver atravessando o espaço, de fetos na placenta, dos anéis de Saturno, de soldados no momento de sua morte. A mulher mais bela, o feito mais audacioso, a guerra mais sangrenta, o ártico e antártico. A imagem se torna prova e evidência, não mais interpretaçao e subjetividade. A imagem passa a ser o conhecimento do Real, valendo mais do que mil palavras. <br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-M0f_cdct6jo/TVPQy1Xi6_I/AAAAAAAAACM/XuZPYLm8kWU/s1600/Piss-Christ_Andres-Serrano_.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-M0f_cdct6jo/TVPQy1Xi6_I/AAAAAAAAACM/XuZPYLm8kWU/s320/Piss-Christ_Andres-Serrano_.jpg" width="227" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Piss Christ/Andres Serrano</i></td></tr>
</tbody></table>Como? Não pertencemos ao mundo de concepção judaico cristã aonde Deus, a verdade é palavra? Como posso ser conhecido em imagem quando a consciencia e aquilo que sou é palavra? Do antigo testamento ao inconsciente psicanalitico cabe a palavra enunciar a verdade. A imagem não constitui verdade nos textos sagrados. A imagem é superficie … e no entanto cria-se uma sociedade de informação a base de “imagem documental”: fotojornalismo, foto de identidade. Há uma expansão do ícone religioso, da materialização, do ídolo. A imagem fotografica, produto de uma sociedade cientifica, resultado da expansão capitalista da Europa cristã é claramente um anti cristo(Piss Christ, de <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Andres_Serrano"><b>Andres Serrano</b></a> faz sentido).<br />
<br />
A SOCIEDADE DE IMAGEM É UM TRAVESTIMENTO, uma farsa aonde se pretende recuperar o paraiso perdido. Todo o corpo e materia, renegados pela moralidade monoteista, passam a ser representados obsessivamente. Corpos e faces gigantescos no Times Square. Dos anuncios de lingerie a National Geographic, a imagem fotografica reproduz obsessiva e incessantemente a natureza. A sociedade de imagem é ansiosa porque é uma sociedade de simulacros. Tudo é mostrado e nada é usufruido. A natureza é prometida em imagem e a promessa não é cumprida. É um acordo tácito: eu recebo a informação, o fato… mas não a coisa em sí. A imagem se torna exasperante. A imagem documento promete o saber e é incapaz de cumprir. Há uma inversão histérica da repressão aos sentidos com o oferecimento de imagens cada vez produzidas em maior velocidade. A ficção necessária ao entendimento da vida, o mito, é desmoralizado por “documentos”e fatos. Em lugar da repressão aos sentidos, a ausência de sentido. Ausencia de identidade.<br />
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A fotografia revelou a sua vocação: aparato de controle e alienação. Moda , beleza, paisagem, jornalismo, festas de casamento e batizado. <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vil%C3%A9m_Flusser"><b>V</b><b>illhem Flusser</b></a>, em seu livro sobre a fotografia, deixou claro que o fotografo trabalha para ampliar a capacidade da maquina fotografica. Os sistemas avançados de fotometria por exemplo, se baseiam em milhares de fotos já realizadas. A memória do computador instalado na camera, compara a imagem enquadrada no visor com um arquivo de imagens impessoais “de qualidade” e regula a maquina. Esse é o exemplo mais óbvio. Fluss pensa como William Burroughs, muita gente na ficção cientifica e o pai de todos eles: Kafka. Já vivemos a sociedade da Máquina, para alem do humano. Terminator. Extensões do corpo em vias de substitui-lo. Humanismo em conflito com a ascenção de robôs e cyborgs. O conhecimento se torna informação que é coletivizada na internet em uma grande memoria coletiva, sem valores criticos; um cerebro tecnologico que mede a importancia de cada assunto pelos hits no Google. Trabalhamos para esse grande cerebro postando no Facebook, teclando no Google, no Youtube. O cerebro maquina dividindo sua satisfação em ser acionado com grunhidos e barulhinhos fofos. Quem assistiu ao <b>Naked Lunch</b> de Cronnemberg, percebe a assustadora analogia daquelas baratas/ maquinas de escrever repulsivas e seu prazer em serem tocadas com a nossa navegação compulsiva na internet. As dadivas tecnologicas estão devorando os valores e significados da cultura. Se Paul Strand, um humanista, soubesse que a maquina se tornaria Senhor e o fotografo, servo, pensaria duas vezes antes de fotografá-la.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Rd6VlYgvDqo?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-q2vg5rwnosI/TVPVnr_b8_I/AAAAAAAAACQ/M1XEQwFTO5U/s1600/annie_susan_sontag_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-q2vg5rwnosI/TVPVnr_b8_I/AAAAAAAAACQ/M1XEQwFTO5U/s320/annie_susan_sontag_1.jpg" width="255" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Susan Sontag, por Annie Leibowitz </i></td></tr>
</tbody></table>Os fotografos bem sucedidos comercialmente em generos como o fotojornalismo, moda, still life são refens do seu papel dentro da maquina social quando avançam as estéticas fotográficas. O fotojornalismo traz uma falsa inclusão para aquele que vê imagens da “realidade”(nome sintomatico de uma revista). Ele é excluido do mundo de ações. Ele é um espectador. <b><a href="http://www.susansontag.com/">Susan Sontag</a></b> observou que quanto mais o individuo se vê diante de imagens documentais da violencia mais mais insensivel ele se torna. Quanto mais expostos as imagens de uma ignominia mais alienados nos tornamos do sentido daquela tragédia. O individuo inserido no fluxo de informação não age já que o mundo do qual ele tem tanta consciencia é sempre uma superficie, uma tela, imagem fotografica. <br />
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<div style="text-align: left;"></div>A segunda metade do seculo XX foi a falencia da individualidade através de sua exacerbação. O individuo para quem tudo aparentemente se dirigia entrou em colapso. Não é a toa que as fotos de <b><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Andreas_Gursky">Andreas Gursky</a></b> arrebataram a todos nós; o seu assunto é a multidão. Centenas, milhares de pessoas povoam suas imagens. Olhar para as suas fotos é uma epifania: tomamos consciencia da multidão como novo sujeito/ objeto da história. A contemporaneidade estimula um individuo a opinar, votar, participar … ao mesmo tempo o torna uma reliquia. Ele não é mais o objeto do pensamento e da arte e não é o sujeito da transformação. O livre arbitrio se tornou uma reliquia. Não é a toa a necessidade premente do Budismo e da Yoga. A alienação é tão extrema que adoecemos de tristeza e solidão. Só o saber do corpo pode nos trazer um renascimento do espirito. O saber da imagem foi superado pelo saber da palavra em determinado momento da Historia porem esse saber se mostrou impotente para dar conta da desumanização. O saber do corpo é a nova fronteira, criada por artistas como W Burroughs, na era de Aquarius e liga o ser direto a materia sem se deixar enredar por necessidades de Estado. <br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_6djhJnOAlNU/TVLOzljLbqI/AAAAAAAAABU/cHMw6CyLKXc/s1600/Helmut_Newton_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/_6djhJnOAlNU/TVLOzljLbqI/AAAAAAAAABU/cHMw6CyLKXc/s320/Helmut_Newton_1.jpg" width="209" /></a></td></tr>
<tr align="right"><td class="tr-caption"><i>Nude/Helmut Newton</i></td></tr>
</tbody></table>Com a rara exceção de <b>Helmut Newton</b> que mostra a conexão sexo> poder e coloca a mulher como mestre e escrava, os fotografos de moda se dedicaram ao Belo.. e produziram zero de conhecimento sobre o mundo. A arte produz verdade enquanto alegoria/ ficção. A arte é revelação (assim como a fotografia) e jogo, como o xadrez. “As meninas” de Velazques promove um jogo de olhares: Na cena retratada, o pintor faz um retrato os reis de espanha. Eles, que presidem toda a ordem social, não aparecem. Vemos as meninas, as coadjuvantes. Exatamente como em uma foto de moda ou publicidade aonde vemos so coadjuvantes: modelos e produtos. Mas Velazquez mostra que a pintura é sobre os donos do poder. O espectador tem que agir sobre as peças daquele tabuleiro e interpretar o que esta sendo mostrado. Por que o fotografo de moda não ocupa uma posição de revelação do poder? Porque ele não cumpriria o mesmo papel de Velasquez revelando o tabuleiro social e o seu proprio papel em revistas como a Vogue? Talvez porque o poder seja a propria camera, a industria, a maquina… Talvez por isso os artistas contemporaneos enfrentam, se debatem com a perspectiva e a verdade da imagem fotografica. Quando deformam a perspectiva e adotam dois ou mais pontos de vista diferentes na mesma imagem ( Loretta Lux) ou incorporam varios tempos de exposição na mesma imagem como Gurski, Michael wasely e Sugimoto, criando imagens sem laços com a propria visão…eles representam a propria fotografia.<br />
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O QUE SERIA UM RETRATO “BEM FEITO”? ENALTECIMENTO DE UMA PERSONALIDADE? O sujeito fotografado a priori é “carismático”, “inteligente” ou “sexy”.. O retrato nos meios de comunicação afirma o carisma de um individuo; o que quer que isso signifique. Um momento de ruptura se deu na coleção de retratos do fotografo <b><a href="http://www.richardavedon.com/">Richard Avedon</a></b>. Ele foi o mais potente produtor de elegancia, brilho e glamour de todos os tempos; capaz de criar auras radiantes para retratos e glamour de extase para as paginas de moda. Em determinado momento, Avedon tem uma epifania e abandona o belo. Ele ataca as aparencias. Seus retratos de nomes celebres da sociedade americana se tornam opacos … de uma solidez repugnante. A materia se torna repugnante. Avedon passa a utilizar uma luz dura, crua. A camera escolhida é pesada e lenta de operação. Ele cria imobilidade, peso nas imagens. O retratado sofre desconforto e insegurança. A vida expressa nas imagens é desconfortável, terrivel.. um fardo. As imperfeições fisicas se tornam um assunto. A existencia é provaçao, um fardo. A imagem do homem não seduz. A personalidade é palavra e não imagem. Descrever o ser em retrato, em imagem não é possível. <br />
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Por outro lado Avedon é um americano e para os americanos a individualidade é o fundamento da sociedade. A psicologia do individuo é preciosa. A principio seus retratos parecem comentar a solidão, a tensão gerada pela existencia. Seus retratos parecem fundados e ligados a psicologia. O retrato seria o encontro de uma verdade comum a todos nós: o desconforto da existencia. Já seria algo proximo a moral monoteista mas Avedon vai mais alem. Não sei dizer se foi ele o primeiro fotografo a encontrar esse ponto mas Avedon descobre um “furo” estrutural da fotografia: sua vocação para definir identidade seria um mito. Ele encontra uma dissociação de materia e espirito. O Espirito está ausente da imagem. A fotografia não revela o brilho (e poder) do sujeito. Apenas carne, pele, osso e olhares perdidos. Há pouca identidade entre imagem e objeto.<br />
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<div style="text-align: right;"></div>O exemplo mais expressivo desse momento de ruptura é o retrato do escritor Truman Capote. Conhecido por sua verve espetacular, Capote é sucesso, encantamento e Glamour. Na foto de Avedon, é um homem de pele gasta e olhar opaco. O contraste entre imagem e poder, identidade… consciencia do retratado, é impressionante. Truman Capote não está alí! A inteligencia está em outro lugar. A conversa brilhante não está alí. Avedon recusa os truques e não emposta no corpo de Capote uma identidade cliché. Aquele retrato não revela um homem e sim as proprias limitações da imagem na representaçao da identidade. Arte.<br />
Eu duvidei da conquista de Avedon a principio. Seu status de fotografo celebridade permitiria adotar uma postura gauche e produzir uma foto “ruim” de Truman capote . Seria um maneirismo, uma estetica “cool”. Foi quando comecei a pensar os problemas da palavra x imagem que entendí como ele abandonou a estetica para reencontrar a ideia basica do monoteismo: a verdade do ser não se revela em imagem. Os retratos de Avedon reencontram a visão monoteista, judaica do sujeito no mundo.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><object width="320" height="266" class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="http://1.gvt0.com/vi/OpIZ_S38A_0/0.jpg"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/OpIZ_S38A_0&fs=1&source=uds" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><embed width="320" height="266" src="http://www.youtube.com/v/OpIZ_S38A_0&fs=1&source=uds" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object></div><br />
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Os alemães constituiram uma consciencia de cunho social. Marx escreveu sua teoria e projeto comunista para e sobre a Alemanha. A identidade é dada a partir do social na Alemanha. August Sander desenvolveu um projeto ambicioso: faria um retrato da Alemanha em retratos de individuos alemães . O projeto foi adiante até a tomada definitiva do poder pelo nazismo quando seu estudio e arquivos foram empastelados pela policia politica. Sander fotografou os alemães colocados em sua posição na ordem social: o individuo de Sander exerce uma função. O pedreiro, o juiz, o estudante, o intelectual, o artista… a criança cega, o cigano. A humanidade de cada um dos retratados deveria emergir porem contida formalmente no uniforme e postura referente a cada função. Sander encontra um reflexo tenue, uma certa ambiguidade em relaçnao a esse papel mas o individuo parece estar adaptado, colocado em seu lugar. A hieraquia simplesmente existe ao mesmo tempo que um brilho do espirito humano. Aquela tenue transcedencia da materia. Na coleção de retratos de Sander, o individuo não luta contra seu lugar no mundo. Sander é neutro em relação a hierarquia social e essa neutralidade é avançada. Um conservador? Os fotografos de 1930 e poucos nos Estados Unidos, Mexico e Europa eram ligados ao socialismo e aos movimentos de transformaçao da hierarquia social. Não há crítica social em Sander, apenas reconhecimento. Porque a repressão do Nazismo ao seu trabalho? Foi por reconhecer ciganos, artistas, homossexuais, judeus na ordem alemã. Por representar a Alemanha sem consultar os Fascistas. Em uma de suas fotos, tres rapazes camponeses se dirigem ao mercado em dia de domingo. Eles estão em uma estrada enlameada, vestidos como cavalheiros, dandis com bengalas e chapéus posando para a camera. A composição é simples. Sander não sugere nada além da contradiçao campo x cidade mas alí aparece de maneira elegante e sucinta um momento da historia alemã: a luz atraente da cidade sobre o campo, os valores urbanos transformando e conquistando o coração dos camponeses. Essa imagem de Sander aparece em um documentario do cineasta Wim Wenders, “Notebook on cities and clothes”, sobre o estilista Yohji Yamamoto nos anos 80. O designer tem as fotos de Sander como matriz inspiradora de suas coleções de moda e essa em particular é a que mais move sua inspiração. Em outro retrato de Sander, um jovem intelectual de olhar inteligente segura um cigarro entre dedos delicados... Eu me pergunto: Qual o estado de alma desse individuo? Não há psicologia na imagem, só a pose. Não sei se as figuras de Sander se sentem sós, se são alegres ou tristes. Existir, nesses alemães, se dá através de um lugar na sociedade e um lugar vale tanto quanto o outro: todos eles são fotografados pelo mesmo angulo. Para Sander a observaçao é uma função da curiosidade e não do enaltecimento ou critica. Essa neutralidade antecipa os anos 80 quando aceitamos um individuo equilibrado entre determinação social e provação psicológica. Até que Gurski e outros alemães da Escola de Arte de Dussseldorff abandonam de vez esse individuo dilacerado como motivo da obra de arte.<br />
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Thomas Ruff, companheiro de Gurski, acabou com a identidade em suas imagens alterando os rostos no computador, eliminando caracteristicas. Ele faz o mesmo nas fotos de exteriores de edificios, eliminando detalhes que atrapalhem uma imagem “ideal”do lugar. Huff procura a simetria nos rostos e na paisagem urbana. A dieia de Belo e mesmo de arte está ligada a simetria e proporçnao., a luta contra o caos e a irregularidade do muhdo. Esse caos nõa nos deixaria a possibilidade de conhecimento e coerencia. A simetria é uma solução, um meio, um controle sobre o mundo. A propria ideia de que o homem “naturalmente”procura a simetria é uma verdade cientifica para explicar a noção de Beleza. Ruff aplica essa ideia, levando a um extremo grotesco. Suas imagens nõa são bonitas, não criam identidade para os objetos mas sim para o fotografo: uma identidade de artista intelectual, de critico de sua propria função: um destruidor de estéticas. <br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_6djhJnOAlNU/TVLO5ugWYmI/AAAAAAAAABY/oBQcL2quExA/s1600/AnnieLeibovitz_2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="208" src="http://1.bp.blogspot.com/_6djhJnOAlNU/TVLO5ugWYmI/AAAAAAAAABY/oBQcL2quExA/s320/AnnieLeibovitz_2.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Johnny Depp e Kate Moss, por Annie Leibowitz</i></td></tr>
</tbody></table>Americana, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Annie_Leibovitz"><b>Annie Leibowitz</b></a> vai no caminho exposto . Nos Estados Unidos, o individuo é antisocial. Os americanos glorificam seus outsiders: gangsters, crazies, beatniks, rockers.. Os idolos estão em luta contra a hierarquia. A sociedade é uma limitação para o indivíduo e toda a realizaçao plena se dá na realização de uma fantasia individual. Living the dream, como diz a expressão. Os Estados unidos são a terra dos imigrantes que cruzaram o horizonte, o oceano e encontraram uma nova identidade. A sensibilidade americana é tocada pelo individuo que supera aquela identidade fornecida pela familia, pela cidade pequena e cria uma outra, mais fiel ao seu desejo. Para realizar a transformação o individuo precisa de poder, através da violencia e da fama. Jesse James, Al Capone, Louis B Mayer, Madonna. Esses indivíduos se reinventaram. Louis B Mayer passou de judeu imigrante, pobre, ignorante e humilhado a todo poderoso produtor de cinema, contador de estorias. Madonna? Elvis? Ao contrario da Alemanha, a America é o lugar da transformação individual. O papel do Americano é não aceitar um papel mas criá-lo. A fotografia de Annie Leibowitz representa literalmete essa reinvenção do individuo. Ela não só mostra o resultado, o individuo em sua nova pele mas tambem os instrumentos, o processo de transformação. É a sua marca, São os tripes, as bordas de fundo infinito, os ventiladores aparentes nas fotos. A luz artificial e a luz natural presentes na mesma imagem. A foto de Leibowitz é uma passagem. <br />
<br />
As estrelas de Leibowitz interpretam a si mesmos em novos papéis. Assim como os imigrantes, os miseraveis se tornaram colonos, gangsters e produtores de cinema, os atores de Leibowitz se tornam colonos, cowbois e figuras da Disney. É a exasperação da fantasia Americana. Whoopy Goldberg em uma banheira de leite, Demi Moore gravida, nua.. imagens de choque que se alimentam da reação puritana catapultando a fama e o poder dos atores. Representação gerando mais representação. A America é um imenso artificio. Annie Leibowitz é uma artista Americana por excelencia. Ela está falida. Deve fortunas aos bancos. Leibowitz se identifica com os americanos tambem nesse momento de quebradeira e falencia. <br />
<br />
Ao refletir sobre esses fotógrafos, meu interesse é provocar um questionamento tambem sobre a ideia de imagem brasileira. A idéia sempre nos parece duvidosa. A imagem no Brasil não se afirma. A incapacidade de promover cidadania que se arrasta indefinidamente nessa sociedade se confunde com a dificuldade de produzir imagem… porem isso é uma falácia. A Italia gerou visualidade em quantidade e qualidade durante a idade média, renascença, maneirismo, barroco enquanto as massas viviam na mais abjeta miséria. Assim como a Alemanha, os Paises Baixos. A dificuldade para a visualidade deve estar ligada a posição de colonia como dizia Glauber Rocha. As missões francesas e holandesa produziram imagem no Brasil porem daí não resultou fundamento para a produção visual de desenvolver. A maneira de ver, constituida na Europa e na America, quando chega aqui, se mostra incapaz de propor questão, de chegar ao sublime na paisagem ou no retrato. Ao contrario, a imagem no Brasil aparece sempre próxima do ridiculo. Nem satírica ela é… mas ridícula. A vanguarda contemporanea no Brasil é iconoclasta. A relação da arte de vanguarda com a paisagem não produz imagem mas um relato do transe, da penetração: ser possuido pela paisagem, possuido pelo ambiente e pela multidão. É uma arte do corpo. O carnaval, o neo concreto. A Face Gloriosa de Arthur Omar. Os penetráveis de Helio Oiticica. O nome do disco mais radical de Caetano Veloso. A mata densa dos tropicos não deixa aparecer um horizonte. A mata tropical fechada, enigmática, enlouquecedora… Como o Congo de Joseph Conrad no Coração das Trevas. Enquanto na paisagem de Caspar Friedrich e Andreas Gurski o artista observa o horizonte, o brasileiro está dentro da multidão. Qual imagem fotografica produzir em um pais que avançou tanto na geometria e abstração?<br />
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<i>Por Flavio Colker</i><i> </i><br />
<i>Para Jaime Carvalho</i>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8664809364415282761.post-90737141499929309062011-01-31T08:16:00.001-08:002011-02-10T05:19:39.861-08:00Sobre memória fotográfica, o fascínio pelas imagens, Wim Wenders e a inscrição na lápide de Ozu<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_6djhJnOAlNU/TVLTWrovOWI/AAAAAAAAABc/SpkNkGaQo-I/s1600/wimwenders.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_6djhJnOAlNU/TVLTWrovOWI/AAAAAAAAABc/SpkNkGaQo-I/s1600/wimwenders.jpg" /></a></div>“QUEM NOS GARANTE QUE ISSO QUE IMAGINAMOS que passou, se passou realmente?” (...) A única coisa verdadeira é a memória, mas, no fundo, a memória é uma invenção. (...) No cinema, a câmera pode fixar um momento, mas esse momento já passou, no fundo o que ela traz é um fantasma desse momento. Não sabemos se esse momento existiu fora da película, ou se a película é uma prova da existência desse momento. Não sei. Vivemos numa dúvida permanente, mas no entanto, vivemos com os pés na terra, comemos, gozamos a vida”. Manoel de Oliveira, sobre cinema e memória, em Lisbon Story, de <a href="http://www.wim-wenders.com/"><b>Wim Wenders</b></a>.<br />
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Comecei a fotografar porque, um dia, aos vinte-e-poucos anos, percebi o quase nenhum registro, em imagem, da minha família. Eu mesmo, pequeno, só apareço em umas quatro, cinco fotografias. Enquanto isso, Laura, em dois anos, (obviamente, graças à fotografia digital), tem centenas.<br />
<br />
Minha primeira câmera - tenho até hoje - foi uma Minolta SrT 101, da Minolta, cujo fotômetro nunca funcionou. Essa câmera chegou em São Luís na década de 80, com o Barnabás Bosshart, fotógrafo suíço, radicado no Maranhão e depois passou pelas mãos de outros grande fotógrafos maranhenses - Edgar Rocha, Wilson Marques, Geraldo Iensen, Eduardo Julio e Rafael Bavaresco. Este último, gaúcho, também radicado no Maranhão). Todos, bons amigos e artistas da era pré-eletrônica e/ou digital.<br />
<br />
“Eu estava lá com a câmera e fiz as imagens e estas imagens são hoje minha memória. Eu não consigo não pensar que, se eu tivesse ido lá sem a câmera, eu conseguiria lembrar melhor agora. (...) Tóquio foi como um sonho e hoje minhas memórias parecem inventadas como quando,após muito tempo, você encontra um pedaço de papel no qual você transcreveu um sonho na primeira hora da manhã. Você lê com assombro, mas não reconhece nada. COMO SE FOSSE O SONHO DE OUTRA PESSOA“. Wim Wenders, Tokio Ga.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-d0JJ71TdhP4/TVPiIWdAdhI/AAAAAAAAACc/x-tQkJgCXL4/s1600/paristexas1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-d0JJ71TdhP4/TVPiIWdAdhI/AAAAAAAAACc/x-tQkJgCXL4/s320/paristexas1.jpg" width="209" /></a></div>Um dos livros que perdi em algum momento e que reencontrei é “Os olhos não se compram - Wim Wenders e seus filmes”, de Peter Buchka, lançado pela Companhia das Letras em 1987. Escrevi um artigo sobre Wim Wenders nos tempos da faculdade. Não tenho a menor dúvida de dizer que é meu cineasta favorito. Não só pelos filmes, mas pela identificação com as buscas (ou a busca) do cara. “Paris, Texas” é um filme excelente, mas creio que “Até o fim do mundo” representa melhor a fonte de inquietação do cineasta para além do estado das coisas: a crise da imagem, a crise do olhar.<br />
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(Recomendo a analise do filme "Paris, Texas" do site <b><a href="http://www.telacritica.org/paris_texas.htm">Tela Crítica</a></b>) <br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-HCgbZiJlLJ4/TVPjjDY-h3I/AAAAAAAAACk/0gV21fYv1-8/s1600/paris-texas_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-HCgbZiJlLJ4/TVPjjDY-h3I/AAAAAAAAACk/0gV21fYv1-8/s1600/paris-texas_1.jpg" /></a></div>Em “Paris, Texas“, Hunter, o filho dos personagens de Harry Dean Stanton e Nastassja Kinski, só realiza a família depois de ver fotos onde aparece junto aos pais. Em “Até o fim do mundo“, um homem percorre o mundo captando, com um aparato, imagens que irá transmitir depois para a mãe cega (impressionante como todas as sinopses que leio falam apenas do romance dos personagens de Willian Hurt e Solveig Dommartin).<br />
<br />
Olhar é uma experiência única. Wim Wenders gostaria de filmar como alguém que apenas observa, sem querer provar nada (isso aqui me lembra muitíssimo a fotografia do Sergio Werner). Ao mesmo tempo, melancólico, em um Japão dominado por imagens sonâmbulas, diz: o nada é o que nos resta.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>MU, o ideograma símbolo do vazio, o nada. A única inscrição na lápide de Ozu.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-PF3hK7PS4xA/TVPjKqfRCUI/AAAAAAAAACg/0W-VwhBNJbc/s1600/Os-olhos-n%25C3%25A3o-se-Compram-Pet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-PF3hK7PS4xA/TVPjKqfRCUI/AAAAAAAAACg/0W-VwhBNJbc/s320/Os-olhos-n%25C3%25A3o-se-Compram-Pet.jpg" width="287" /></a></div><br />
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Em uma entrevista de Janela da Alma (de João Jardim e Walter Carvalho):<br />
<br />
“Quando eu era crítico de cinema percebi que não valia a pena perder tempo com filmes que não me agradavam. Então parei de escrever sobre filmes de que não gostava (...) E como cineasta aprendi a mesma coisa (..) que realmente só queria mostrar e despender tempo com filmes, tomadas, atores e cenas que me agradassem. Simplesmente evitei filmar o que não me agradava. Então, não quero fazer mais nada que não seja, que não tenha origem em um ato de amor. E acho que o que quer que façamos por qualquer outra razão é perda de tempo“.<br />
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Em Notebook on Clothes and Cities ("Identidade de nós mesmos", documentário sobre Yohji Yamamoto):<br />
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“Elas [as imagens] mudam cada ez mais rápido e se multiplicam num ritmo infernal desde a explosão que desencadeou as imagens eletrônicas, as mesmas imagens que agora estão substituindo a fotografia. Aprendemos a confiar na imagem fotográfica. Poderemos confiar na eletrônica? No tempo da pintura, tudo era mais simples. O original era único, e toda cópia era uma cópia, uma falsificação. Com a fotografia e o cinema, a coisa começou a complicar. O original era um negativo. Sem uma ampliação, só existia o oposto. Cada cópia era o original. Mas agora, uma imagem eletrônica e, em breve, com a digital, não existe mais negativo ou positivo. A própria idéia do original ficou obsoleta. Tudo é cópia, todas as distinções se tornaram arbitrárias. Não admira que a idéia de identidade esteja tão enfraquecida. A identidade está fora. Fora de moda”.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/mFIHnl4rmd0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><br />
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<i>Por Cassiano Viana</i>1/125 avos de segundohttp://www.blogger.com/profile/14559533549403954393noreply@blogger.com0